Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Logo Soperj

Resultado da Busca

A busca para artigos relacionados encontrou: 83 resultado(s)


"Crack Babies": uma revisão sistemática dos efeitos em recém-nascidos e em crianças do uso do crack durante a gestação.

Crack Babies: systematic review of effects In newborns and children in the use of crack during pregnancy

Júlio César Garcia de Alencar; Carlos Augusto Alencar Junior; Aline de Moura Brasil Matos

Revista de Pediatria SOPERJ - V.12, Nº1, p16-21, Agosto 2011

Resumo

OBJETIVO: Esse estudo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre as principais consequenciais neonatais e em crianças do uso do crack durante gestação.
FONTES DOS DADOS: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando banco de dados eletrônicos (MEDLINE). Critérios de inclusão foram estudos com análise dos efeitos neonatais e em crianças do uso do crack e de outros derivados da cocaína durante a gestação.
SÍNTESE DOS DADOS: Nascem anualmente cerca de 375.000 recém-nascidos de mães viciadas em cocaína nos Estados Unidos. No Brasil, um estudo sobre o perfil dos usuários de crack, em 2008, mostrou um aumento do número de crianças intoxicadas pela droga durante a gravidez. Os problemas neonatais relacionados ao crack são: asfixia, prematuridade, baixo peso e alterações do comportamento. O vínculo mãe-filho costuma ser afetado.A síndrome de abstinência à droga pode ocorrer. Os recém-nascidos podem apresentar manifestações em vários sistemas do organismo, como choro estridente característico e convulsões. Dificuldade de sucção, diarréia, vômitos, febre, tremores, sudorese excessiva e palidez são frequentemente encontrados.
CONCLUSÕES: Suspeição e detecção dos sintomas relacionados a drogas no período neonatal podem ser difíceis, mas, com aumento da incidência de usuárias de crack durante a gestação, observação rigorosa é importante para o diagnóstico de alterações neonatais, bem como dos sintomas de abstinência à droga. Os problemas não devem ser desprezados pela possibilidade de acarretar prejuízos irreparáveis na qualidade de vida da criança, como dificuldade de aprendizagem por problemas na linguagem, no raciocínio, na compreensão verbal e na memória.


Palavras-chave: Cocaína Crack, Gestaçao, Neonatos, Crianças

A criança vítima de violência

Ana Lúcia Ferreira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.13, Nº2, p4-9, Dezembro 2012

Resumo

O setor de emergência é uma importante porta de entrada para o cuidado da criança vítima de violência e representa uma oportunidade única de proteção para aquelas que não frequentam outros serviços de saúde. A rotina agitada e a falta de tempo e de privacidade, bem como o pouco treinamento dos profissionais, podem levar à subdetecção dos casos nesses cenários. Este artigo apresenta aspectos do atendimento necessários para a identificação da criança vítima de violência, ressaltando-se a valorização da anamnese e do comportamento das crianças e dos cuidadores, uma vez que nem sempre há indícios físicos da ocorrência de maus-tratos. Destaca-se a necessidade de um adequado acolhimento da criança e da família como etapa fundamental do cuidado. Também são consideradas as possibilidades de ações para a proteção das vítimas nesse nível de atenção, tais como a notificação e a internação.


Palavras-chave: maus-tratos infantis, medicina de emergência, cuidado da criança.

A ocorrência de fatores comportamentais sugestivos de ansiedade e depressão em crianças de 6 a 10 anos durante a pandemia de Covid-19 no Brasil

The occurrence of behavioral factors suggestive of anxiety and depression in 6-10 year-old children during the Covid-19 pandemic in Brazil

Nathalia Falcão Carvalho; Beatriz Gerchenzon Futer; Lucas Lanzelotte Ceccareli; Kelbert Dos Santos Ramos; Elizabeth Alt Parente

Revista de Pediatria SOPERJ - V.23, Nº2, p1-7, Junho 2023

Resumo

A pandemia da Covid-19 tem gerado uma série de mudanças na vida das famílias e da sociedade de forma geral, impactando a saúde física e mental. O isolamento social e outras recomendações modificaram de forma significativa o cotidiano, reduzindo o convívio e as interações sociais e afetando a saúde mental das crianças. Este estudo busca analisar fatores comportamentais que se relacionem à ansiedade e à depressão em crianças na faixa etária de 6 a 10 anos durante a pandemia de Covid-19. Trata-se de estudo transversal qualitativo, com entrevistas semiestruturadas com pais e/ou responsáveis, analisando os dados através do método de análise de conteúdo de Bardin. Observou-se o aparecimento e/ou intensificação de algumas alterações comportamentais, como tensão, medo, estresse e ansiedade, com risco de repercussão em outras fases da vida. Para a população infantil, pode ser difícil compreender o cenário pandêmico e todas as implicações de correntes da Covid-19, principalmente quando se trata de crianças pequenas. Pode-se concluir que a pandemia resultou em um grande impacto na saúde mental das crianças, visto que gerou sintomas ansiosos e depressivos, além de alterações alimentares, distúrbios no sono e no uso de tecnologias, contribuindo consideravelmente para o aumento do uso de telas. Estudos no longo prazo serão necessários para avaliar todas as consequências, uma vez que alterações psicossociais e na esfera da linguagem já se fazem presentes.


Palavras-chave: COVID-19. SARS-CoV-2. Isolamento Social. Saúde Mental. Ansiedade. Transtornos do Comportamento Infantil.

A resistência do Streptococcus pneumoniae em crianças com infecções respiratórias

Streptococcus pneumoniae resistance in children with respiratory infections

Roberta Costa Palmeira; Sidnei Ferreira; Maria de Fátima Pombo March; Clemax Couto Sant'Anna

Revista de Pediatria SOPERJ - V.9, Nº2, p0, Novembro 2008

Resumo

INTRODUÇÃO: O Streptococcus pneumoniae é um agente etiológico importante, especialmente de pneumonia, meningite e sepse, com ênfase na faixa etária pediátrica, podendo causar doença grave e invasiva. O aumento da resistência antibiótica é um fenômeno mundial, e um exemplo atual é a disseminação do Streptococcus pneumoniae resistente à penicilina. Dentre os fatores que contribuem para a emergência da resistência aos antibióticos, o uso indiscriminado e excessivo de antibióticos, tem fundamental importância, assim como o convívio em creches.
OBJETIVO: Descrever o perfil de resistência do Streptococcus pneumoniae no Brasil e em alguns países, assim como avaliar estratégias de controle.
METODOLOGIA: Revisão da literatura a partir dos sistemas Medline/Pubmed entre 1996 e 2007. Foram utilizados os descritores Streptococcus pneumoniae, pneumococo, resistência, penicilina.
CONCLUSÕES: O aumento da resistência antibiótica e sua distribuição universal têm implicações importantes no paciente pediátrico. Fatores de risco devem ser combatidos, evitando o uso indiscriminado de antibióticos, assim como incentivar o uso da vacina antipneumocócica. A penicilina tem sido a droga de escolha para o tratamento de infecção pneumocócica, na maioria dos países.


Palavras-chave: Streptococcus pneumoniae, Pneumococo, Resistência, Penicilina, Infecçao respiratória, Criança

Abordagem das crises epilépticas na emergência pediátrica

Heber de Souza Maia Filho

Revista de Pediatria SOPERJ - V.13, Nº2, p29-34, Dezembro 2012

Resumo

INTRODUÇÃO: As crises epilépticas, sejam agudas ou relacionadas à epilepsia, são uma emergência neuropediátrica importante, não somente pela frequência, mas também pela associação a situações de alta morbimortalidade e, não menos importante, de impacto psicossocial e familiar.
OBJETIVO: O presente artigo de revisão buscar trazer, de uma forma sintética, os principais conhecimentos necessários para que o pediatra possa diagnosticar, tratar e investigar a crise epiléptica em um contexto de emergência.
FONTES DOS DADOS: O material bibliográfico compõe-se de livros clássicos da área e de revisão bibliográfica de artigos dos últimos cinco anos no PUBMED,priorizando-se os artigos de revisão.
SÍNTESE DOS DADOS: Objetivando uma abordagem prática, discutiremos cinco situações principais - crise febril; crise epiléptica após traumatismo craniano; crise em uma criança com diagnóstico prévio de epilepsia; primeira crise afebril; e estado de mal epiléptico.As prioridades no manejo da crise epiléptica na emergência pediátrica são a interrupção dessa crise (evitar o estado de mal epiléptico), a prevenção de complicações e sequelas, a investigação da etiologia e o tratamento das causas agudas. Por fim, realiza-se o adequado encaminhamento para investigação e tratamento ambulatorial.


Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Acidente vascular encefálico perinatal e infantil: definições, epidemiologia, classificações, fatores de risco, etiologias, investigação diagnóstica e desfechos clínicos e no neurodesenvolvimento

Perinatal and childhood stroke: definitions, epidemiology, classifications, risk factors, etiologies, diagnostic approach, and clinical and neurodevelopmental outcomes

Bruno Leonardo Scofano Dias; Fernanda Marinho de Lima

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº3, p123-138, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: Os acidentes vasculares encefálicos em crianças são mais frequentes em neonatos, estando associados a consequências clínicas e ao neurodesenvolvimento, resultando em impacto para toda a família.
OBJETIVO: Apresentar uma síntese atualizada do conhecimento sobre acidentes vasculares encefálicos em pediatria, expandir as informações dos estudos publicados nos últimos cinco anos e fomentar mais pesquisas nesta área do conhecimento no Brasil.
FONTES DE DADOS: Bases de dados Pubmed, LILACS e MEDLINE.
SÍNTESE DOS DADOS: Os acidentes vasculares encefálicos são classificados nos tipos perinatal e infantil. O tipo perinatal ocorre entre 20 semanas de vida fetal e 28 dias de vida pós-natal; divide-se no subtipo perinatal agudo sintomático com apresentação nos primeiros 28 dias de vida pós-natal, sendo este subdividido em neonatal isquêmico arterial, trombose de seio venoso cerebral neonatal e neonatal hemorrágico; e no subtipo perinatal presumido com apresentação após os primeiros 28 dias de vida pós-natal, sendo este subdividido em perinatal isquêmico arterial presumido, infarto venoso periventricular e perinatal hemorrágico presumido. O tipo infantil ocorre e se apresenta após 28 dias de vida pós-natal até 18 anos de idade, sendo subclassificado em isquêmico arterial, trombose de seio venoso cerebral e hemorrágico.
CONCLUSÕES: Nos últimos cinco anos, estudos trouxeram novas informações. Uma nova classificação para o tipo perinatal e modificações na investigação diagnóstica. Ampliação na miríade de etiologias para os subtipos infantis isquêmicos e nas suas investigações diagnósticas, com uma nova classificação internacional para o subtipo arterial. Novas escalas específicas disponíveis para mensuração de desfechos e de qualidade de vida.


Palavras-chave: Recém-Nascido. Lactente. Criança. Adolescente. Acidente Vascular Cerebral.

Acidentes domésticos: frequência e fatores de risco em crianças com até 6 meses de vida

Domestic accidents: frequency and risk factors in children aged up to 6 months

Ieda Regina Lopes Del-Ciampo; Luiz Antonio Del-Ciampo; Leonardo Marcos Fausto da Costa; Luiza Ferreira Lopes

Revista de Pediatria SOPERJ - V.19, Nº3, p55-59, Setembro 2019

Resumo

INTRODUÇÃO: o estudo objetiva detectar a frequência de exposição aos fatores de risco para acidentes, comparar sua associação entre duas faixas etárias (até 3 meses e > 3-6 meses) e calcular a prevalência de acidentes em crianças do nascimento até 6 meses de idade.
MÉTODOS: estudo transversal, descritivo, incluindo 53 crianças com até 6 meses de vida, atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de São Carlos-SP, de novembro/2016 a fevereiro/2017. A associação entre os fatores de exposição ao risco para acidentes entre crianças com até 3 meses (GI) e crianças entre 3 e 6 meses (GII) foi calculada pelos testes do χ2; Fisher ou Mann-Whitnney, com nível de significância p = 0,05.
RESULTADOS: A aquisição de brinquedos como fator de risco para acidentes foi maior em GII (p=0,00). Ocorreram 15 acidentes, com prevalência de 28,3%, sendo a maioria (20,7%) por engasgo.
CONCLUSÕES: orientações direcionadas a prevenção de engasgos e aquisição adequada de brinquedos ainda no primeiro trimestre de vida são importantes.


Palavras-chave: Prevenção de acidentes, Acidentes por Quedas, Criança.

Análise da prevalência de diarreia e desnutrição em uma unidade de saúde bem estruturada e possíveis fatores associados

Prevalence analysis of diarrhea and malnutrition in a well-structured health unit and possible associated factors

Aléxia Alves Cabral; Amanda Lima da Cunha e Souza; Márcia Dorcelina Trindade Cardoso

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº3, p107-113, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A diarreia e as doenças associadas à desnutrição, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, estão entre as principais causas de mortalidade em crianças menores de 5 anos. No Brasil, o aparecimento desses distúrbios tem raízes multifatoriais que poderiam ser evitadas se houvesse cuidados infantis adequados, acesso a serviços de saúde e boas condições de saneamento básico. Por se tratar de doenças que acometem crianças pelo mundo e, portanto, ser um problema social, torna-se fundamental disseminar hábitos alimentares saudáveis e ampliar os conhecimentos a respeito de suas etiologias, complicações, tratamentos e prevenção.
OBJETIVO: Esta pesquisa objetiva identificar os principais aspectos contribuintes para o surgimento de diarreia e desnutrição e investigar suas prevalências.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado na Policlínica Doutor André Sarmento Bianco, na cidade de Volta Redonda-RJ, com as mães de 40 crianças na faixa etária de 0-6 anos. As informações foram obtidas pela aplicação pré-ambulatorial de questionários estruturados com base em critérios socioeconômicos, hábitos alimentares e salutares.
RESULTADOS: Não há indícios alarmantes de diarreia e déficit nutricional nos participantes da pesquisa.
CONCLUSÃO: Isso se deve, em parte, ao fato de a Policlínica em pesquisa já estar estabelecida há muitos anos em um dos principais Centros Universitários da cidade, atuando em prol da disseminação de informação e da prevenção de doenças e complicações, reforçando a importância dos cuidados dos profissionais de saúde na diminuição de agravos e auxílio na manutenção da salubridade.


Palavras-chave: Diarreia infantil. Transtornos da Nutrição Infantil. Saúde da Criança.

Anisaquiose Humana

Human Anisakiasis

Israel Figueiredo Junior; Maurício Verícimo; Sérgio Sao Clemente; Gerlinde Teixeira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.14, Nº1, p8-15, Outubro 2013

Resumo

Os anisaquídeos são nematóides de peixe que podem infectar o ser humano. A contaminação ocorre por vias aéreas, cutâneo-mucosa e/ou intestinal, provocando desde quadros alérgicos até infecções com quadros dispépticos, às vezes graves e necessitando de intervenções endoscópicas e cirúrgicas. Pouco se conhece sobre a evolução da doença na gestante, em seu concepto e em crianças pequenas. Os objetivos desse trabalho foram o de apresentar a história natural da infecção acidental pelo homem, discriminar os sinais e sintomas da agressão e definir as principais medidas profiláticas nas várias faixas etárias. Para isso foram recolhidas informações bibliográficas pelo Pubmed®, Scopus® e outros sistemas, estabelecendo opção pelos artigos com relatos de casos ou descrições clínicas com suas casuísticas. Os artigos selecionados foram suficientes para estabelecer o perfil do paciente portador de anisakiose clínica e para estabelecer modelos profiláticos da agressão. A pesquisa revelou ser importante o reconhecimento do quadro clínico e a adoção de medidas preventivas para o controle individual e coletivo dessa patologia emergente.


Palavras-chave: Alergia, peixe, Anisakis sp, anafilaxia, manifestaçoes clínicas, criança.

Artrogripose congênita múltipla

Arthrogryposis multiplex congenita

Maria Dolores Salgado Quintans; Paula Ribeiro Barbosa; Beatriz Lucena

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº3, p23-27, Outubro 2017

Resumo

INTRODUÇÃO: a artrogripose múltipla congênita é uma condição clínica caracterizada por múltiplas contraturas articulares não progressivas em duas ou mais articulações, que podem ser detectadas ao nascimento. Trata-se de uma doença de abordagem terapêutica complexa, exigindo atenção de equipe multiprofissional. O sucesso do tratamento depende de uma rede de cuidados que inclui acompanhamento médico e fisioterápico com profissionais qualificados, assim como a orientação dos pais para a continuidade dos exercícios e dos estímulos em domicílio.
OBJETIVO: relatar o caso de uma pré-escolar atendida em ambulatório de puericultura e pediatria de hospital universitário da região metropolitana do Rio de Janeiro por quadro de múltiplas contraturas musculares e discutir a sua evolução clínica.
DESCRIÇÃO DO CASO: trata-se de paciente de 3 anos do sexo feminino, admitida tardiamente, com 15 meses, em ambulatório de pediatria e puericultura com esse diagnóstico. Já ao nascimento apresentou malformações em membros superiores e inferiores caracterizadas por contraturas congênitas associadas a hemangioma de face, bem como alterações ecocardiográficas descritas por comunicação interatrial, forame oval patente e estenose de ramos da artéria pulmonar. Mãe com histórico de pré-natal regular em unidade básica de saúde, apresentando como intercorrências diabetes gestacional, hipertensão arterial crônica e infecção urinária.
DISCUSSÃO: sabe-se que quanto antes a terapia for implementada maiores serão as melhorias na função articular do paciente, concedendo-lhe maior autonomia e qualidade de vida. Assim, a difusão do conhecimento desse distúrbio raro é importante, a fim de que haja estabelecimento precoce tanto do diagnóstico como do tratamento.


Palavras-chave: Artrogripose. Criança. Contratura. Zika vírus.

Asma tem cura?

Is asthma curable?

Fábio Kuschnir

Revista de Pediatria SOPERJ - V.4, Nº2, p4-8, Agosto 2003

Resumo

INTRODUÇÃO: Apesar dos consideráveis avanços científicos obtidos sobre a asma nas últimas duas décadas, aspectos relacionados à sua patogenia, diagnóstico e tratamento continuam objeto de debate. Entre as questões mais polêmicas e persistentes, figura a possibilidade de cura da doença.
OBJETIVO: revisão da literatura sobre o desenvolvimento da asma e das possíveis intervenções diagnósticas e terapêuticas na primeira snfância dirigidas à cura da doença
METODOLOGIA: revisão da literatura nacional e internacional através de estudos em base de dados Medline e Lilacs, abrangendo o período de 1980-2004.
CONCLUSÃO: A asma deve ser compreendida como o resultado de uma complexa interação genético-ambiental com expressão clínica multifacetada, sendo freqüentemente subdiagnosticada na primeira infância. O seu reconhecimento neste período da vida é fundamental para uma intervenção terapêutica precoce objetivando o controle da doença e uma possível prevenção das lesões irreversíveis decorrentes de seu processo inflamatório. Apesar de várias destas questões serem hoje melhor compreendidas, até o momento não parece existir a possibilidade de cura total da doença.


Palavras-chave: asma, criança, adolescente

Associação da ocorrência de violência na infância em médicos da Estratégia Saúde da Família e a notificação da violência infantojuvenil

Association of the occurrence of violence in childhood among doctors of the Family Health Strategy and the notification of violence against children and adolescents

Kedison da Silva Monteiro; Débora Oliveira Marques; Camila Soares Santos; Nathalia França de Oliveira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº1, p15-20, Março 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: A notificação da violência contra crianças e adolescentes configura-se como uma ferramenta para o controle do agravo e o cuidado das vítimas e famílias. Assim, é importante compreender se a ocorrência de violência na infância apresenta uma relação com o ato de notificar a violência infantojuvenil.
OBJETIVO: Analisar a associação da ocorrência de violência na infância em médicos da Estratégia Saúde da Família e a notificação da violência infantojuvenil em Manaus.
MÉTODOS: Estudo transversal, realizado em unidades básicas de saúde. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário multitemático padronizado, pré-codificado, previamente testado e autoaplicado. Para identificar a ocorrência de violência na infância, empregou-se o Questionário sobre Traumas na Infância (QUESI).
RESULTADOS: Dos 71 médicos que participaram do estudo, mais de 90% referiram a ocorrência de negligência física e emocional de forma moderada a extrema. A ocorrência de abuso físico, sexual e a negligência emocional predominou no sexo feminino. Não há relação entre a ocorrência de violência na infância entre os médicos da Estratégia Saúde da Família em Manaus e o ato de notificar a violência contra crianças e adolescentes. No entanto, observou-se que os profissionais médicos que sofreram abuso sexual (60,0%) foram os que mais notificaram os casos identificados.
CONCLUSÕES: O estudo demonstrou que a ocorrência de violência sexual na infância parece influenciar o ato de notificar. Dessa forma, enfatiza-se a necessidade de se considerar não somente as experiências profissionais, como o histórico pessoal dos profissionais ao se planejar as capacitações sobre o tema.


Palavras-chave: Maus-tratos infantis. Médicos de atenção primária. Estratégia Saúde da Família. Notificação de doenças. Crianças. Adolescentes.

Associação de síndrome metabólica com acantose nigricans em crianças pré-púberes

Association of metabolic syndrome with <i>acanthosis nigricans</i> in prepubertal children

Alícia Sales Carneiro; Ana Paula Neves Bordallo; Cecília Noronha Miranda Carvalho; Clarice Borschiver Medeiros; Cláudia Braga Monteiro; Daniel Luis Schueftan Gilban; Fernanda Mussi Gazolla; Isabel Rey Madeira; Marcos Antônio Borges; Maria Alice Neves Bordallo; Nádia Cristina Pinheiro Rodrigues; Paulo Ferrez Collett-Solberg

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº3, p8-14, Outubro 2016

Resumo

OBJETIVO: Acantose nigricans é condição associada à hiperinsulinemia, tendo esta papel fisiopatológico na síndrome metabólica. No contexto prevalente de obesidade infantil, acantose nigricans seria bom indicativo da síndrome, devido a sua praticidade. Este trabalho teve como objetivos comparar crianças pré-púberes com e sem acantose nigricans em relação aos componentes da síndrome metabólica, resistência insulínica e leptina, bem como avaliar a associação desses com acantose nigricans.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal comparando grupos com e sem acantose nigricans quanto a: frequência de hipertrigliceridemia, HDL baixo, hiperinsulinemia, síndrome metabólica; médias de idade, escore Z de IMC, circunferência da cintura, triglicerídeos, HOMA-IR, leptina, e medianas de pressão arterial sistólica e diastólica, HDL, insulina. Avaliou-se associação de idade, sexo, circunferência da cintura, HDL, triglicerídeos, HOMA-IR, e leptina com acantose nigricans, por regressão logística multivariada.
RESULTADOS: De 272 crianças (65 eutróficas, 43 sobrepeso, 164 obesas), idade 93±17 meses, 69 (25,4%) tinham acantose nigricans. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos estudados quanto a frequência de hipertrigliceridemia, HDL baixo, hiperinsulinemia, e síndrome metabólica. Os grupos se diferenciaram quanto às médias de idade, escore Z de IMC, circunferência da cintura, triglicerídeos, HOMA-IR, e leptina, e quanto às medianas de pressão arterial sistólica e diastólica, HDL, e insulina. Apenas circunferência da cintura e HOMA-IR associaram-se com acantose nigricans de forma independente das outras variáveis.
CONCLUSÕES: Os grupos com e sem acantose nigricans diferiram quanto a vários componentes da síndrome metabólica, e houve associação de circunferência da cintura e de HOMA-IR com acantose, demonstrando que esta é marcador, tanto da síndrome, quanto de resistência insulínica.


Palavras-chave: Acantose nigricans; criança; doenças cardiovasculares; insulina; obesidade.

Atrofia muscular espinhal com fraturas congênitas 2: Relato do primeiro paciente latino-americano e revisão da literatura

Spinal Muscular Atrophy With Congenital Bone Fractures 2: A Case Report Of The First Latin American Patient

Mattheus Lucca Amaral, Mariana Dentelo Del-Campo; Lucas Ribeiro Rodrigues; Tainá Regina Damaceno Silveira; Zumira Aparecida Carneiro; Laura Vagnini; Jordana Resende; Regina Albuquerque; Debora de Cassia Tomaz; Marcela Almeida; Fernanda Veiga Gomes; Ana Paula Andrade Hamad; Charles Marques Lourenco

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº4, p218-222, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: Em 2016, dois grupos de autores publicaram os primeiros relatos acerca de recém-nascidos acometidos por uma nova manifestação de atrofia muscular espinhal com presença de fraturas ósseas congênitas. Essa condição é raríssima em neonatos e se apresenta como consequência de mutações autossômicas recessivas no gene ASCC1. Seu quadro clínico envolve hipocinesia/acinesia fetal, degeneração neuromotora, hipotonia, fraturas congênitas, contraturas articulares e curta expectativa de vida pós-parto, na maioria dos casos. Neste relato, apresenta-se o primeiro caso de atrofia muscular espinhal com fraturas congênitas (SMABF2) da América Latina.
RELATO DE CASO: Paciente, pré-termo de 33 semanas, masculino, filho de pais não consanguíneos, apresentou hipocinesia fetal, artrogripose de mãos e pés, hipotonia, afilamento de arcos costais e esforço respiratório no primeiro minuto de vida, dependente de ventilação mecânica e diagnóstico de atrofia muscular espinhal com fraturas congênitas (SMABF2).
DISCUSSÃO: Até o presente momento, existem 11 casos de SMABF2 descritos, e todos os pacientes apresentaram depressão respiratória neonatal, fraturas congênitas e artrogripose. Destaca-se a variedade da apresentação clínica dos pacientes previamente relatados, visto que a hipotonia neonatal e atrofia muscular não se manifestaram em todos os recém-nascidos. O paciente deste relato faz uso de ventilação mecânica constantemente, bem como se alimenta por sonda nasogástrica. Apesar de restrito ao leito desde o nascimento, vem apresentando expectativa de vida mais longa em comparação aos casos já publicados na literatura, em que a maioria faleceu logo após o nascimento ou com alguns dias de vida, estando com 1 ano e 4 meses de vida


Palavras-chave: Atrofias Musculares Espinais da Infância. Artrogripose. Fraturas do Fêmur. Sequenciamento Completo do Exoma

Autismo e os novos desafios impostos pela pandemia da COVID-19

Autism and the new challenges imposed by the COVID-19 pandemic

Adriana Rocha Brito; Roberto Santoro Almeida; Gabriela Crenzel; Ana Silvia Mendonça Alves; Rossano Cabral Lima; Cecy Dunshee de Abranches

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº2, p86-91, Junho 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A pandemia da COVID-19 gera novos desafios para crianças e adolescentes com autismo e suas famílias, impondo uma reestruturação da rotina e um reajustamento ao isolamento social compulsório implementado para reduzir o risco de contaminação.
OBJETIVO: Fornecer ao pediatra recomendações úteis para ajudar as famílias, minimizando o impacto da pandemia de COVID-19 e da quarentena nas vidas de crianças e adolescentes com autismo e de seus pais e cuidadores.
FONTE DE DADOS: Este artigo é baseado na revisão da literatura publicada sobre o tema, e na experiência clínica dos autores como médicos de crianças com diagnóstico de transtorno do espectro autista.
SÍNTESE DOS DADOS: Como um dos sintomas do transtorno do espectro autista é a resistência a mudanças, as modificações da rotina e a interrupção das atividades impostas pela pandemia de COVID-19 podem ser particularmente desafiadoras para pacientes autistas, gerando estresse e desencadeando mudanças emocionais e comportamentais.
CONCLUSÕES: Os pais estão sendo convidados a reorganizarem suas vidas diante das medidas de restrição social. Eles devem ser amparados e encorajados pelos pediatras a participar ativamente dos cuidados de seus filhos durante e após este período, já que o retorno para as atividades habituais representará um novo desafio.


Palavras-chave: Transtorno do espectro autista; Criança; Adolescente; COVID-19; Quarentena; Isolamento social.

Avaliação das hospitalizações e mortalidade por causas externas na infância e adolescência em Santa Catarina no Período de 2009 a 2019

Evaluation of hospitalizations and mortality from external causes in childhood and adolescence in Santa Catarina from 2009 to 2019

Cássia Niero; Martins Back Neto; Kelser de Souza Kock

Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº4, p184-194, Dezembro 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: As causas externas correspondem a um importante índice de hospitalizações e óbitos, sobretudo na população infanto-juvenil, com consequências que implicam altos custos econômicos e sociais para essa população.
OBJETIVO: Analisar hospitalizações e óbitos por causas externas em menores de 19 anos no estado de Santa Catarina entre 2009 a 2019, caracterizando sexo, faixa etária e subgrupos do CID-10. Métodos: Estudo observacional ecológico.
RESULTADOS: Das 97.6111 hospitalizações e 5.366 mortes no período e população analisada, houve prevalência do sexo masculino, e da faixa-etária de 9 a 19 anos. Entretanto, observou-se tendência de aumento das internações nos menores de 9 anos. Os principais grupos de CID-10 notificados foram as outras causas externas de lesões acidentais, os acidentes de trânsito, as agressões e os eventos cuja intenção é indeterminada.
CONCLUSÃO: As altas taxas de hospitalizações e óbitos por causas externas, seus impactos e custos diretos e indiretos alertam para a necessidade de maior prevenção e evitabilidade desses acidentes.


Palavras-chave: Hospitalização. Mortalidade. Causas externas. Criança. Adolescente.

Avaliação do teste espirométrico em pré-escolares na unidade hospitalar

Evaluation of the spirometric test in preschool children in the hospital unit

Luanda Dias da Silva Salviano; Izabela Rocha Sad; Sandra Lisboa

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº2, p30-35, Junho 2017

Resumo

INTRODUÇÃO: a espirometria é imprescindível na avaliação da função pulmonar em pacientes com sintomas respiratórios ou após intervenção terapêutica de diversas patologias. Em 2007 a American Thoracic Society/European Respiratory Society (ATS/ERS) recomendou guidelines para aceitabilidade e reprodutibilidade da espirometria em crianças pré-escolares.
OBJETIVO: determinar a viabilidade da realização da espirometria em crianças com idade pré-escolar na prática clínica.
MÉTODOS: foram coletados do setor de prova de função respiratória as medidas de FVC, FEV1, FEV0,5 e FEV0,75 de crianças com idade entre três a seis anos. Todas as curvas selecionadas seguiram as normas estabelecidas pela ATS/ERS. Visando aumentar a confiabilidade dos testes, foram obtidas pelo menos três curvas aceitáveis e duas reprodutíveis. O espirômetro utilizado foi o Jaeger MasterScope (v.4.65, CareFusionLtd), com calibração diária realizada antes dos exames. As variáveis categóricas foram comparadas com recurso ao teste de Qui-Quadrado. Para as variáveis contínuas utilizou-se o teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS: das 147 crianças inicialmente incluídas no estudo, 22 não produziram nenhuma ou somente uma curva aceitável, sendo então excluídas. A média de idade dos 125 sujeitos envolvidos foi de 4,81 (± 0,88) anos. Mais de 73,6% das crianças foram capazes de produzir a CVF e o FEV1 após treinamento prévio.
CONCLUSÃO: crianças em idade pré-escolar são capazes de realizar a espirometria com critérios diferenciados e análise de Z-score.


Palavras-chave: Espirometria. Criança. Pré-escolar. Testes respiratórios.

Caracterização epidemiológica de violência sexual e física em crianças de 0-14 anos, no Brasil, de 2010 a 2018

Epidemiological characterization of sexual and physical violence in children aged 0-14 years in Brazil, from 2010 to 2018

Augusto Güntzel Spohr; André Augusto Taborda Guimarães; Carolina de Oliveira de-Farias; Larissa de Oliveira Silveira; Elson Romeu Farias

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21 (supl 1), Nº1, p29-33, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A violência infantil é um problema de saúde pública de grande importância, em decorrência do grande comprometimento que traz para a saúde das crianças.
OBJETIVOS: Caracterizar, no período de 2010 a 2018, os casos de violência sexual e física em crianças de 0-14 anos quanto ao sexo, idade, região, ciclo de vida do autor, raça, local de ocorrência e evolução do caso, no Brasil.
METODOLOGIA: Trata-se de estudo quantitativo recolhido do Sistema de Informações de Agravos de Notificação no DATASUS, no intervalo de nove anos, em que se tabelou e analisou o tipo de violência, comparando-se com as variáveis sexo, idade, região, ciclo de vida do autor, raça, local de ocorrência e evolução do caso.
RESULTADOS: No período de 2010 a 2018, foram registrados 399.391 casos de violência contra crianças de 0-14 anos, sendo que a faixa etária mais acometida foi de 10-14 anos com 40,4%. Do total de violência, 35,6% corresponderam à violência física, sendo que no sexo feminino houve uma prevalência de 55,3% e a faixa etária mais acometida foi a de 10-14 anos, com 51,4%. Já em relação à violência sexual, houve uma prevalência de 32,4%, sendo que no sexo feminino ocorreu 82,5% dos casos. Destes, a faixa etária mais prevalente foi de 10-14 anos, com 48,8%.
CONCLUSÃO: Dos casos de violência infantil, a região mais prevalente é a Sudeste, sendo que a faixa etária mais prevalente é de 10-14 anos, enquanto o sexo mais prevalente é o feminino.


Palavras-chave: Delitos Sexuais. Maus-Tratos Infantis. Violência.

Colonização nasal e infecção por Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus resistente à meticilina em crianças com varicela

Staphylococcus aureus and methicillin-resistant Staphylococcus aureus nasal carriage and infection in children with varicella

Maria Isabel Brandão Pires e Albuquerque; Fábio Aguiar Alves; Luis Guillermo Coca Velarde; Marcos Gabriel Pinheiro; Edilene Macedo Lima; Ana Tereza Antunes Monteiro de Souza; Bianca Dray Marassi; Claudete Aparecida Araújo Cardoso

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15, Nº1, p13-22, Fevereiro 2015

Resumo

OBJETIVO: Estudar prevalência de colonização nasal e infecção por Staphylococcus aureus (S. aureus) e S. aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA) em crianças com varicela atendidas em nível hospitalar, avaliando a presença de infecção secundária e o desfecho clínico.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal, em que se aplicaram questionários acerca dos fatores de risco para colonização e infecção por S. aureus, bem como se coletou suabe nasal. A resistência à meticilina foi confirmada pela detecção do gene mecA pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Adicionalmente, a gravidade dos casos foi estimada por meio do Pediatric Risk of Mortality score (PRISM), e avaliou-se o desfecho clínico dos pacientes internados. As variáveis categóricas foram comparadas por meio do teste do qui-quadrado ou do exato de Fisher. Considerou-se p-valor < 0,05 estatisticamente significativo.
RESULTADOS: Foram incluídos 55 pacientes. A prevalência da colonização nasal por S. aureus foi de 34,5%; enquanto a de CA-MRSA foi de 7,3%. A análise bivariada demonstrou significância estatística entre a colonização por S. aureus e as seguintes variáveis: sexo masculino, complicações infecciosas, infecção de pele, uso de beta-lactâmicos, internação e familiar da área da saúde (p < 0,05). O PRISM mediano dos pacientes colonizados por MRSA foi de 4,3% e dos não colonizados foi de 0,7%. Avaliou-se o desfecho clínico de 26 pacientes internados, sendo o PRISM mediano dos colonizados por MRSA de 23,6% e dos não colonizados de 0,8%.
CONCLUSÕES: Há evidências de que o aumento nas taxas de colonização por CA-MRSA contribua para o aumento na gravidade dos casos de infecção secundária em pacientes pediátricos com varicela, sugerindo que o esquema antimicrobiano empírico inicial nos casos mais graves inclua agentes com atividade contra CA-MRSA.


Palavras-chave: Staphylococcus aureus. Staphylococcus aureus resistente a meticilina. Cavidade nasal. Crianças. Varicela.

Como a pandemia da Covid-19 afetou os casos de intoxicação exógena na pediatria brasileira: uma análise epidemiológica comparativa em crianças de 0-14 anos em 2019 e 2020

How the COVID-19 pandemic affected cases of exogenous poisoning in Brazilian pediatrics: a comparative epidemiological analysis in children aged 0-14 years in 2019 and 2020

Danielle Braz Amarílio da-Cunha; Juliana Barrozo Fernandes Borges; Julia Pinheiro São-Pedro; Maria Fernanda Araújo Barbosa Lima; Julia Oliveira Silva; Laryssa Ramos Pino de-Souza

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21 (supl 1), Nº1, p7-10, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A intoxicação exógena ocorre pela interação do organismo com substâncias nocivas. Na pediatria, esse distúrbio orgânico é um problema de saúde pública e acontece, principalmente, de forma acidental em domicílio. Com a pandemia da Covid-19, o isolamento social promoveu um aumento da vulnerabilidade das crianças, devido ao tempo de permanência em casa associado à maior exposição.
OBJETIVO: Analisar a correlação entre o número de casos de intoxicação exógena na pediatria no Brasil e a pandemia da Covid-19.
MÉTODOS: Realizou-se estudo transversal descritivo-quantitativo do número de casos de intoxicação exógena encontrados no sistema DATASUS/TABNET entre 2019 e 2020 referentes à faixa etária pediátrica de 0-14 anos.
RESULTADOS: Observou-se diminuição de 32.514 casos de intoxicação exógena em 2019 para 7.868 em 2020. Em ambos os anos, a faixa etária mais atingida foi de 1-4 anos, com percentuais de 47,12% dos casos de 2019 e 48,18% em 2020. As regiões Sudeste e Nordeste possuem a maior quantidade de notificações, visto que possuem maiores populações, sendo a Nordeste com maior taxa de incidência em 2019 e 2020. Os principais agentes causadores registrados nos dois anos analisados foram medicamentos, em primeiro lugar, seguidos de produtos de uso domiciliar.
CONCLUSÕES: Acredita-se que tal queda do número de casos de intoxicação exógena em 2020 esteja relacionada à subnotificação, sendo necessários mais estudos para análise de dados. Além disso, são necessárias medidas preventivas e educativas relacionadas à exposição das crianças a esses agentes.


Palavras-chave: Saúde Pública. Criança. Acidentes Domésticos.

Comparação das internações hospitalares por agressão em crianças e adolescentes, registrados no datasus, durante a pandemia em 2020 com anos anteriores

Comparison of hospital admissions for aggression on children and adolescents, registered in datasus during the pandemic in 2020 with previous years

Vanessa Silva Santos; Esther Freire Costa; Thais Velasques Dias; Tomaz Mattedi Carvalho; Victória Peixoto de-costa; Luana Silva Pontes; Priscila castro Behrens; Pedro Moura de-morais; Sabrina santos da-costa

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21 (supl 1), Nº1, p1-6, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A violência doméstica contra crianças e adolescentes configura uma epidemia no Brasil.A pandemia de COVID-19 pode revelar um aumento da violência e abusos, por agravar fatores de risco, como o aumento da pobreza e da insegurança alimentar, além de poder confinar grupos vulneráveis da sociedade dentro de casa.O isolamento também afasta a criança e o adolescente da proteção, pois dificulta as denúncias e suspeitas por terceiros, como também complica o contato dos jovens com redes de apoio, que desencadeiam um alerta à sociedade.Objetivos:Comparar a ocorrência de internações hospitalares, no SUS, referente ao grande grupo de agressões dos períodos de março a dezembro de 2020 na faixa etária de 0-19 anos.
MÉTODO: Estudo ecológico de dados do Sistema de Internações Hospitalares(SIH/SUS), referentes a ocorrência de internações hospitalares pelo grande grupo de causas Agressões (CID10 X85-Y09) entre os períodos de março-dezembro de 2018-2020, entre a faixa etária de 0-19 anos.
RESULTADOS: O número de internações por agressão registrou decréscimo gradativo de 20182020, sendo que das 17.857 internações totais, 6.782 ocorreram em 2018, 5.944 em 2019 e 5.010 em 2020. Entre 2018-2019,a faixa etária de 15 a 19 anos foi a mais afetada.
CONCLUSÃO: Os baixos números de notificações de agressões, em relação aos números de denúncias pelo Disque 100, historicamente, se correlacionam pela subnotificação por profissionais responsáveis. Contudo, a comparação entre os casos de 2020-2019 mostram uma diminuição que não condiz com os números esperados já que a situação da pandemia aumentou os fatores de risco para violência, o que implica na real redução da notificações.


Palavras-chave: COVID-19. Maus-Tratos Infantis. Brasil

Comparação dos critérios de classificação da obesidade infantil e sua associação com a asma

Comparison of childhood obesity classification criteria and their association with asthma

Sílvia Paschoalini Azalim de Castro; Joel Alves Lamounier

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº2, p18-25, Junho 2016

Resumo

OBJETIVOS: verificar a prevalência de asma e obesidade em escolares e adolescentes na cidade de Juiz de Fora - Minas Gerais, estudar quatro diferentes parâmetros antropométricos para definição da obesidade infantil e identificar a diferença entre os mesmos quanto à associação com a asma e a asma grave.
MÉTODOS: estudo observacional do tipo transversal. Utilizou-se do questionário ISAAC e dados antropométricos. O trabalho foi realizado com escolares (6 a 8 anos) e adolescentes (13 a 15 anos). Nas escolas, selecionadas aleatoriamente, eram realizadas as medidas antropométricas. As comparações foram realizadas a partir do teste t-student ou Mann-Whitney. A concordância da classificação da obesidade entre os diferentes parâmetros estudados foi analisada através do coeficiente Kappa.
RESULTADOS: 394 estudantes 58,1% tinham entre 6 a 8 anos e 54,3% eram do sexo feminino. A prevalência de asma ativa nos escolares foi de 18,6 % e de 12,7% nos adolescentes. A prevalência da obesidade foi de 24% e de 28% respectivamente. Houve boa concordância da circunferência abdominal (coeficiente Kappa 0,68) e da razão cintura-altura (coeficiente Kappa 0,71) em relação ao escore Z IMC na comparação entre os parâmetros antropométricos de classificação da obesidade. Observou-se associação da relação cintura-altura (p = 0,044) e do escore Z IMC (p= 0,017) com a asma e da circunferência do pescoço com a asma grave ( p= 0,004).
CONCLUSÃO: A relação cintura-altura e a medida da circunferência do pescoço são importantes medidas antropométricas na definição da obesidade infantil associada à asma, sendo medidas de fácil execução na prática clínica.


Palavras-chave: Asma, Obesidade infantil, Índice de massa corporal, Relação cintura-altura, Circunferência abdominal.

Condições crônicas complexas: a situação em Sergipe, de 2004 a 2018

Complex chronic conditions: the situation in Sergipe, from 2004 to 2018

Brunna Victória dos Santos Sá; Anna Klara Bohland

Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº3, p113-124, Setembro 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: As condições crônicas complexas (CCC) são afecções que demandam cuidados especializados. Objetivo. Este trabalho objetiva descrever a morbidade hospitalar por CCC em menores de 19 anos, no estado de Sergipe, de 2004 a 2018.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. As internações por CCC foram agrupadas em 11 categorias e analisadas no Tabwin.
RESULTADOS: O total de internações por CCC foi de 14.549. O coeficiente de prevalência (por 100.000 habitantes) aumentou de 108,2 no primeiro quinquênio para 142,4 no último, sendo os maiores para malignidade (46,6), neurológicas (18,8) e cardiovasculares (16,7), e o menor para respiratórias (1,3). Os mais acometidos foram indivíduos do sexo masculino (53,9%) e os menores de 1 ano de idade (27,8%). A maioria (69,4%) permaneceu internada por até sete dias e 7,6% foram a óbito. A RS de residência e de ocorrência mais frequente foi a de Aracaju (38,5% e 92,9%, respectivamente). O custo médio por hospitalização foi de US$992,03 e o maior custo individual com doenças cardiovasculares (US$3.171,64).
CONCLUSÕES: Este estudo permitiu situar as CCC em menores de 19 anos em Sergipe, que têm caráter crescente, e evidencia que é imprescindível continuar estudando este tema.


Palavras-chave: Doença Crônica. Criança. Adolescente. Indicadores de Morbimortalidade.

Conhecimento dos responsáveis sobre a prevenção de acidentes domésticos envolvendo crianças

Statistics on the prevention of accidents involving children

Ianni Farias de Abreu Miranda; Raphaela Soares; Katerine Torre; Amanda Costa; Tereza Fonseca; Maria Das Graças Fernandes

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15, Nº1, p6-12, Fevereiro 2015

Resumo

OBJETIVO: A presente pesquisa teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento dos responsáveis envolvendo mães (75%), pais (5%) e avós (20%) que frequentam o serviço de saúde do polo Itanhangá, no Rio de Janeiro, no que se refere à prevenção de acidentes domésticos envolvendo crianças e adolescentes de 2 anos a 13 anos.
MÉTODOS: Aplicou-se um questionário a uma amostra de 20 participantes acima de 22 anos com baixo nível socioeconômico, a fim de avaliar a história prévia de acidentes domésticos, fatores relacionados à prevenção deles e ainda o conhecimento dos participantes de como atuar vigente aos acidentes.
RESULTADOS: Constatou-se que, embora frequentem o serviço de saúde, os responsáveis pouco sabem a respeito de como evitar acidentes. Logo, a prevenção é falha e, com isso, sobrecarregam os serviços de emergência com traumas envolvendo crianças.
CONCLUSÕES: É necessário um enfoque no assunto em questão durante as consultas de puericultura. Sendo assim, o esclarecimento é o primeiro passo para evitar acidentes, visto que melhorar a prevenção é fundamental para transformar o modelo médico atual.


Palavras-chave: acidentes domésticos infantis; perigos domiciliares; prevenção de acidentes domésticos.

Convulsões

Seizure

Adriana Rocha Brito; Marcio Moacyr Vasconcelos; Simone Saraiva de Abreu Almeida

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17(supl 1), Nº1, p56-62,  2017

Resumo

INTRODUÇÃO: convulsão é uma importante causa de visita à emergência pediátrica. É es sencial que o médico-pediatra conheça suas diversas formas de apresentação, prováveis causas e os principais diagnósticos diferenciais para o manejo adequado do caso e orientação à família.
OBJETIVO: revisão atualizada sobre a abordagem das convulsões e do estado de mal epiléptico na emergência pediátrica.
FONTES DE DADOS: artigos relevantes publicados nos últimos dez anos na base de dados PubMed, abrangendo exclusivamente a faixa etária de 0 a 18 anos.
SÍNTESE DOS DADOS: este artigo de revisão procura apresentar os conhecimentos necessários para que o médico-pediatra seja capaz de reconhecer o tipo de crise, investigar possíveis causas agudas que requerem conduta imediata e conduzir a abordagem de uma criança com convulsão na emergência pediátrica.
CONCLUSÕES: o diagnóstico e o manejo adequado das convulsões e de suas causas agudas previnem complicações e progressão para o estado de mal epiléptico.


Palavras-chave: Epilepsia; Criança; Emergências; Convulsoes febris; Estado epiléptico.

Correlação entre circunferência do pescoço com diferentes parâmetros antropométricos em crianças

Correlation between neck circumference with different antropometric parameters in children

Elton Bicalho de Souza; Antonio de Azevedo Barros-Filho

Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº2, p65-70, Junho 2022

Resumo

O objetivo do presente estudo foi verificar a correlação entre circunferência do pescoço com o índice de massa corporal, circunferência da cintura, percentual de gordura corporal e somatório de dobras cutâneas em crianças. Estudo transversal realizado com 875 crianças de escolas públicas do município de Volta Redonda, Rio de Janeiro. Foram mensurados peso, estatura, circunferência do pescoço, circunferência da cintura e dobras cutâneas triciptal e subescapular. O diagnóstico do estado nutricional e risco de complicações foi realizado com base nos valores de índice de massa corporal, percentual de gordura, circunferências de pescoço e cintura. A mediana de idade foi de 8 anos, e a maioria das crianças apresentou eutrofia pelo índice de massa corporal (58,2%), sem risco de complicações metabólicas tanto pela circunferência do pescoço (51,3%) quanto pela circunferência da cintura (76,1%), e sobrepeso em relação à gordura corporal (52,2%). Observou-se correlação entre a circunferência do pescoço com o índice de massa corporal (r = 0,689; p < 0,005), circunferência da cintura (r = 0,738; p < 0,005), gordura corporal (r = 0,671; p < 0,005) e somatório das dobras (r = 0,679; p < 0,005). Diante do exposto, conclui-se que a circunferência do pescoço é uma excelente medida de avaliação, e sua utilização deve ser estimulada na pediatria.


Palavras-chave: Antropometria. Desenvolvimento infantil. Estado nutricional.

Diagnóstico do retinoblastoma: sinais de apresentação e intervalos diagnósticos

Retinoblastoma diagnosis: first signs and pre-diagnostic intervals

Clarissa Campolina de Sá Mattosinho; Anna Tereza Miranda Soares de Moura; Sima Esther Ferman; Nathalia Grigorovski; Evandro Lucena; Arlindo José Portes

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº1, p43-44, Fevereiro 2017

Resumo

INTRODUÇÃO: o retinoblastoma é a neoplasia intraocular mais comum da infância e sua incidência é de um caso por 15.000 a 20.000 nascidos vivos. O sucesso do tratamento do retinoblastoma depende principalmente da detecção precoce da doença. Os pais são geralmente os primeiros a perceber os sinais iniciais da doença e relatam dificuldade por parte dos profissionais de saúde em valorizar a sintomatologia, passando por um período prolongado de apreensão até o diagnóstico.
OBJETIVOS: identificar as características da trajetória pré-diagnóstica das crianças com retinoblastoma matriculadas no Instituto Nacional do Câncer (Inca) entre janeiro 2006 e setembro 2013, assim como os aspectos sociodemográficos, epidemiológicos e clínicos desses pacientes.
MÉTODOS: estudo retrospectivo de uma série de casos, por meio de um questionário semiestruturado aplicado presencialmente aos pais ou cuidadores de pacientes portadores de retinoblastoma. Os participantes foram convidados após as consultas no Ambulatório de Oncologia Ocular ou por contato telefônico.
RESULTADOS: foram estudados 85 pacientes, sendo 43 (50,6%) do sexo masculino. Cinquenta e nove (69,4%) eram portadores de retinoblastoma unilateral e 26 (30,6%) eram bilaterais. A idade média na matrícula foi de 1,9 anos (desvio-padrão: 1,3). Os pais foram os primeiros a perceber os sinais iniciais em 60 (75%) casos. A leucocoria foi o sinal inicial citado, com 60 (70,6%) casos, seguido pelo estrabismo com 23 (27,1%) casos. Ao diagnóstico, 67 (78,8%) casos eram intraoculares, 13 (15,3%) extraoculares e cinco (5,9%) metastáticos. Apenas 33 (38,8%) dos cuidadores afirmaram que a criança tinha sido submetida ao Teste do Reflexo Vermelho para rastreamento, e somente um exame foi interpretado como alterado. O intervalo familiar (tempo entre percepção e primeira consulta) durou em média 1,8 (DP: 2,7) meses; o intervalo médico (tempo entre primeira consulta e matrícula no Inca) 5,8 (DP: 6,5) meses; e finalmente o intervalo total (intervalo familiar + intervalo médico) teve duração média de 7,6 (DP: 8,2) meses. Na análise bivariada, o intervalo médico e o intervalo total mostraram uma relação estatisticamente significativa com estadiamento avançado ao diagnóstico e com o óbito. A ausência de leucocoria como sinal inicial também mostrou, de forma estatisticamente significativa, estar relacionada com intervalos médico e total mais longos. A escolaridade dos pais se relacionou com o estadiamento inicial e também com os óbitos. As crianças foram avaliadas por mais de quatro médicos em 32% dos casos e tiveram suas queixas subestimadas em 48% dos casos. Do total de 111 olhos acometidos, 79 (71,2%) foram enucleados e 32 (28,8%) foram preservados. Durante o seguimento de 36,2 ± 35,4 meses, 15 (17,7%) pacientes vieram a óbito.
CONCLUSÃO: por meio da análise da trajetória das famílias até a chegada ao centro de tratamento oncológico, percebe-se a existência de diversos entraves que impedem o diagnóstico precoce. A baixa escolaridade dos pais, a multiplicidade de consultas e o rastreamento inadequado foram alguns destes achados. O intervalo médico prolongado merece destaque, tendo sido responsável por 76% da extensão do intervalo total. Parece que uma ação eficaz de educação médica sobre o retinoblastoma poderia aumentar o grau de suspeição e promover a rapidez no diagnóstico observada nos países desenvolvidos.


Palavras-chave: Retinoblastoma. Neoplasias. Criança. Diagnóstico precoce.

Diagnóstico e prevenção da tuberculose na infância

Diagnosis and prevention of tuberculosis in children

Raquel Pequeno; Jéssica de Paula; Leonardo Figueiredo; Pedro Fabro; Sarah Galvao; Paula Nascimento Maia; Clemax Couto Sant Anna

Revista de Pediatria SOPERJ - V.11, Nº1, p4-9, Junho 2010

Resumo

INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) causa ainda atualmente milhares de mortes no mundo. O Brasil é um dos 22 paises onde a carga da doença permanece elevada. O controle da TB continua sendo um desafio em Saúde Publica. Para evitar a disseminação da doença é necessário conhecer sua forma de transmissão e patogênese.
OBJETIVO:
atualização sobre prevenção da TB na infância.
MÉTODOS: revisão não sistemática da literatura, com ênfase em recomendações brasileiras recentes.
CONCLUSÕES: O diagnóstico precoce e acurado da TB visa o início do tratamento que previne a transmissão do Mycobacterium tuberculosis. A prevenção da tuberculose, através da vacinação BCG, tratamento da infecção latente e o controle de contatos, é essencial para se alcançar o controle da doença na infância.


Palavras-chave: Tuberculose, Diagnóstico, Prevençao, Criança

Disciplina Violenta: uma revisão sobre suas causas, consequências e alternativas para a prática pediátrica

Violent Discipline: a review of its causes, consequences and alternatives for pediatric practi

Silvana Martinho Sinhorinho; Anna Tereza Soares de-Moura

Revista de Pediatria SOPERJ - V.20, Nº1, p10-17, Março 2020

Resumo

INTRODUÇÃO: Atos violentos ainda são usados como ferramentas para disciplina infantil em todo mundo. Vários estudos apontam consequências negativas de seu uso, trazendo novas recomendações que precisam ser incorporadas aos cuidados de saúde infantil.
OBJETIVO: Revisar a literatura sobre causas e consequências do uso da disciplina violenta na educação infantil nos últimos 15 anos, discutindo suas alternativas e a abordagem recomendada na prática pediátrica.
FONTE DE DADOS: bases de dados Pub Med, Medline, Lilacs e Scielo foram pesquisadas nos últimos 15 anos, com os descritores "maus-tratos infantis","punição", "educação infantil" em português, inglês e espanhol.
SÍNTESE DOS DADOS: O uso da disciplina violenta traz inúmeros danos que afetam toda a vida da criança e seu uso está relacionado ao estresse dos pais e à transmissão geracional. A disciplina positiva aparece como uma alternativa recomendada a ser orientada para os cuidadores.
CONCLUSÕES: o uso de práticas educativas positivas precisa ser mais conhecido pelos profissionais de saúde, especialmente pediatras que podem desencorajar a disciplina violenta, e o cuidado da criança é uma janela de oportunidade ideal para essa reflexão.


Palavras-chave: Maus-Tratos Infantis; Punição; Educação Infantil.

Dislipidemias na infância e na adolescência: um caso de saúde pública?

Dyslipidemias in childhood and adolescence: a public healthy problem?

Maria Cristina Brito Faulhaber; Márcia Antunes Fernandes; Maria de Marilacc Lima Roiseman; Walter Taam Filho

Revista de Pediatria SOPERJ - V.10, Nº1, p4-15, Maio 2009

Resumo

As dislipidemias na infância e na adolescência adquiriram maior importância entre as patologias mais estudadas neste século pelas repercussões que trazem na vida adulta. É uma das principais causas de morbidade e mortalidade em adultos em todo o mundo, com tendência a acometer pessoas cada vez mais jovens, em especial em países em desenvolvimento. A obesidade, a hipertensão arterial, o sedentarismo, o tabagismo estão entre os fatores de risco mais importantes para a instalação da doença aterosclerótica, hoje sabidamente uma doença inflamatória crônica que se inicia na primeira década de vida. Neste artigo de revisão apresentamos as mais recentes publicações, com os índices preconizados para avaliação das dislipidemias, os pontos de corte para as faixas etárias e a abordagem terapêutica. O artigo visa reforçar junto ao pediatra a importância de recomendar hábitos saudáveis de vida e de alimentação.


Palavras-chave: dislipidemias, aterosclerose, criança, adolescente

Doença do refluxo gastroesofágico: diagnóstico e tratamento

Gastroesophageal reflux disease: diagnostic and therapeutic approach

José Cesar da Fonseca Junqueira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.8, Nº2, p0, Outubro 2007

Resumo

INTRODUÇÃO: o conteúdo gástrico incluindo fluidos duodenais, são eventualmente regurgitados para o esôfago, produzindo sintomas ou complicações que são chamadas genericamente de doença do refluxo gastroesofágico. Ela atinge um grupo heterogêneo de pacientes, com diferentes sinais e sintomas em decorrência da sensibilidade à exposição do esôfago ao ácido, percepção à dor e envolvimento do tecido.
OBJETIVO: definir refluxo e doença do refluxo gastroesofágico, descrever o diagnóstico e tratamento.
MÉTODO: revisão não sistemática da literatura médica nacional e internacional disponível no MEDLINE por meio de busca no PubMed, referentes aos anos de 1966 a 2006. Foram encontrados mais de 600 artigos e deles foram selecionados 162 para compor esta revisão que consta de 2 partes. Esta é a segunda e trata do manejo (diagnóstico e tratamento) da doença do refluxo gastresofágico em crianças.
CONCLUSÃO: refluxo gastroesofágico é comum na faixa pediátrica. O diagnóstico pode ser feito com uma boa história e exame físico detalhado. A necessidade de exames laboratoriais se aplica principalmente aqueles com manifestações extra digestivas e quando há suspeita de má formações anatômicas. O tratamento é clínico na maioria dos casos.


Palavras-chave: Refluxo Gastroesofágico, Literatura de Revisão, Criança, Diagnóstico

Doença do refluxo gastroesofágico: epidemiologia, isiopatologia e manifestações clínicas

Gastroesophageal reflux disease: epidemiology, physiopathology and clinical manifestations

José Cesar da Fonseca Junqueira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.8 (1 supl 1), Nº1, p0, Abril 2007

Resumo

INTRODUÇÃO: o conteúdo gástrico incluindo fluidos duodenais, é eventualmente regurgitado para o esôfago, produzindo sintomas ou complicações que são chamadas genericamente de doença do refluxo gastroesofágico. atinge um grupo heterogêneo de pacientes, com diferentes sinais e sintomas em decorrência da sensibilidade à exposição do esôfago ao ácido, percepção à dor e envolvimento do tecido.
OBJETIVO: definir refluxo e doença do refluxo gastroesofágico, descrever a fisiopatologia e manifestações clínicas.
MÉTODO: revisão não sistemática da literatura médica nacional e internacional disponível no MEDLINE por meio de busca PubMed, referentes aos anos de 1966 a 2006. Foram selecionados mais de 600 artigos e deles foram selecionados 162 para compor esta revisão. Esta revisão consta de 2 partes. Esta é a primeira e trata da epidemiologia e manifestações clínicas do refluxo gastresofágico em crianças.
CONCLUSÃO: refluxo gastroesofágico é comum na faixa pediátrica, não significando que haja doença do refluxo gastroesofágico. A fisiopatologia é multifatorial. As manifestações clínicas podem ser digestivas ou extra digestivas com esofagite erosiva ou não erosiva.


Palavras-chave: Refluxo Gastroesofágico, Literatura de Revisao, Criança, Diagnóstico

Doenças alérgicas e níveis elevados de imunoglobulina E em crianças e adolescentes

Allergic diseases and high levels of immunoglobulin E in children and adolescents

Geraldo Jacob Jorge; Licínio Esmeraldo da Silva; Gesmar Volga Haddad Herdy; Selma Maria de Azevedo Sias

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº3, p16-22, Outubro 2017

Resumo

INTRODUÇÃO: elevados níveis de imunoglobulina E (IgE) têm sido descritos em helmintíases, doenças alérgicas e em algumas imunodeficiências primárias.
OBJETIVO: avaliar a prevalência de doenças alérgicas em crianças e adolescentes com níveis séricos de IgE total ≥ 1.000 UI/ml.
MÉTODOS: trata-se de estudo retrospectivo de pacientes com até 18 anos e valor de IgE sérico total ≥ 1.000 UI/ml, acompanhados nos ambulatórios de pneumologia e alergia do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, de janeiro de 2007 a dezembro de 2012, e análise dos prontuários.
RESULTADOS: foram estudados 65 prontuários. A média da idade foi de 8,9 (± 4,1) anos; 40 (61,5%) eram meninos. Os níveis de IgE variaram de 1.066 a 33.089 UI/ml (média de 3.814,4 UI/ml e mediana de 2.000,0 UI/ml). Os valores de IgE foram maiores para o sexo masculino (p = 0,020). Três pacientes apresentaram IgE maior que 20.000 UI/ml: um com síndrome de Job e dois com associação de rinite, asma, alergia alimentar e dermatite atópica grave. Em 62 pacientes com IgE até 10.000 UI/ml, encontrou-se diagnóstico de rinite, asma, dermatite atópica e alergia alimentar em 90,3%, 87,1%, 14,5% e 6,4%, respectivamente. A associação mais frequente foi entre asma e rinite (50/62; 80,6%). Naquelas com dermatite atópica, os valores médios de IgE foram significativamente maiores (p = 0,026).
CONCLUSÕES: neste estudo, os níveis mais elevados de IgE predominaram no sexo masculino e nas crianças com dermatite atópica. Houve maior prevalência de rinite e asma nas crianças com doenças atópicas, dados que coincidem com os relatados na literatura.


Palavras-chave: Imunoglobulina E. Asma. Rinite. Dermatite atópica. Criança. Adolescente.

Dor torácica em crianças e adolescentes: o que o pediatra necessita saber?

Chest pain in children and adolescents: what does the pediatrician need to know?

Ana Flávia Malheiros Torbey; Aurea Lúcia Grippa de Souza

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17(supl 1), Nº1, p28-35,  2017

Resumo

INTRODUÇÃO: a dor torácica é uma queixa comum entre crianças e adolescentes. A maioria das etiologias são benignas e de origem não cardíaca, entretanto motivo de preocupação e ansiedade para o paciente e sua família pelo temor de estar associada a uma grave doença cardiovascular ou ao risco de morte súbita.
OBJETIVO: realizar a revisão das principais causas de dor torácica na pediatria, como realizar o diagnóstico diferencial entre as causas cardíacas e não cardíacas, quando solicitar exames complementares e quando encaminhar para a avaliação do cardiopediatra e qual o tratamento adequado.
FONTE DE DADOS: a presente revisão foi realizada na base de dados Medline, utilizando-se as seguintes palavras-chave: 'dor torácica', 'criança', 'adolescente', 'pediatria'.
SÍNTESE DOS DADOS: a dor torácica na infância corresponde a 0,3 a 0,6% dos atendimentos na emergência pediátrica, sendo mais frequente entre os adolescentes. As principais causas são de origem não cardíaca. Para o diagnóstico correto, anamnese e exame físico minucioso são fundamentais e indicam a necessidade de realização de exames complementares. O tratamento deve ser direcionado à etiologia.
CONCLUSÕES:
realizar a abordagem correta da dor torácica na infância e adolescência e determinar o diagnóstico diferencial entre causas benignas ou cardíacas é um desafio para os pediatras.


Palavras-chave: Dor no peito; Criança; Adolescente; Pediatria.

Efeitos de um treinamento muscular ventilatório lúdico em crianças asmáticas

Effects of ludic ventilatory muscle training in asthma children

Sabrina Franzen Costa; Cristina Fedrizzi Caberlon

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº2, p10-17, Junho 2016

Resumo

OBJETIVO: relatar os resultados obtidos por um treinamento muscular ventilatório na água e no solo, com atividades lúdicas, para estabelecer os efeitos destes na força muscular ventilatória, no pico de fluxo expiratório e no teste de caminhada de seis minutos em crianças asmáticas.
MÉTODOS: Participaram desta série de casos três crianças asmáticas, com idades entre 5-6 anos, durante oito semanas, duas vezes por semana, com duração de 30 minutos. Foi realizada uma avaliação inicial, seguida por quatro semanas de intervenção aquática, reavaliação e quatro semanas de intervenção no solo, finalizando o protocolo com uma avaliação final.
RESULTADOS: Houve aumento da distância no teste de caminhada de seis minutos, com maior ganho entre a avaliação inicial e reavaliação; manutenção e melhora da força muscular ventilatória, em geral, assim como no pico de fluxo expiratório.
CONCLUSÃO: Os resultados com ambos os tipos de intervenção demonstram mudanças nos parâmetros avaliados e a sua vinculação pode ser benéfica.


Palavras-chave: Asma, Pediatria, Fisioterapia, Pré-escolar

Eficácia e segurança do Lactobacillus reuteri DSM 17938 nas patologias infantis - Revisão sistemática de estudos randomizados e controlados

Systematic review of RCTs: Lactobacillus reuteri DSM 17938 in diseases of childhood

Cristiane Cremiude Ribeiro-Fernandes; Stevin Zung; Luis Fernando Rensi Cunha; Jana de Ameixa Valentim Fonseca

Revista de Pediatria SOPERJ - V.20, Nº1, p2-9, Março 2020

Resumo

INTRODUÇÃO: Probióticos são definidos como micro-organismos vivos que, administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. O Lactobacillus reuteri DSM 17938 tem sido amplamente estudado, especialmente em crianças.
OBJETIVO: Diante da grande quantidade de publicações que avaliaram essa cepa probiótica, e o interesse na avaliação dos dados de segurança disponíveis nos estudos, considerou-se válida a realização de uma revisão sistemática atual, avaliando os dados referentes a utilização do Lactobacillus reuteri DSM 17938 nessa população.
FONTES DE DADOS: Em março de 2018 foi realizada busca na literatura com objetivo de localizar RCTs ou revisões sistemáticas desses estudos, já publicados e indexados, realizados em crianças de 0 a 18 anos, avaliando a eficácia do Lactobacillus reuteri DSM 17938 administrado por via oral.
SÍNTESE DOS DADOS E CONCLUSÕES: Ficou demonstrado que o L. reuteri DSM 17938 possui evidência científica suficiente para ser recomendado na cólica do lactente e diarreia aguda. Na dor abdominal funcional e intolerância alimentar os dados apontam para um efeito benéfico dessa cepa, sendo necessários mais estudos clínicos nas mesmas afecções e população. Já na diarreia nosocomial, os dados dos artigos, não indicam que haja benefício da cepa quando utilizada em crianças.


Palavras-chave: Lactobacillus reuteri; Criança; Eficácia; Segurança; Revisão.

Entendendo a relação entre medicamentos de uso pediátrico e cárie dentária

Understanding the relationship between medicinal products for pediatric use and dental caries

Wagner Martins da Silva Leal; Jeniffer Lambrecht; Luciana Silva de Almeida; Kerian Dorothy Rehbein; Talita Freitas da silva; Luiza Helena Silva de Almeida

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15, Nº2, p16-21, Setembro 2015

Resumo

O desenvolvimento da cárie ocorre com a perda de minerais dos dentes devido à ação de ácidos produzidos por fermentação bacteriana dos açúcares presentes na dieta. Além do consumo de bebidas e alimentos cariogênicos ingeridos pelas crianças, medicamentos contendo a sacarose podem ser outro fator relacionado à doença. A sacarose é um facilitador para adesão ao tratamento e muitas crianças necessitam da utilização prolongada desses medicamentos podendo gerar além do efeito terapêutico alguns efeitos adversos, como a cárie dentária.
OBJETIVO: devido às controvérsias apresentadas na literatura quanto ao potencial cariogênico dos medicamentos líquidos pediátricos administrados por longo período de tempo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre cárie e medicamentos pediátricos.
FONTES DE DADOS: Foi realizada uma revisão narrativa da literatura utilizando palavras-chaves em português e inglês: medicamentos (drugs), etiologia (etiology, aetiology), cárie dentária (dental caries) nas bases de dados Medline, Bireme, BBO, Portal Capes - Periódicos, Scielo.
SÍNTESE DOS DADOS: Os estudos apontam que medicamentos de uso pediátrico apresentam elevados teores de sacarose, reduzido pH endógeno e alto grau de acidez, mostrando a cariogenicidade de alguns medicamentos.
CONCLUSÃO: Existe forte relação entre o uso prolongado de medicamentos e a doença cárie, desta forma esclarecimentos à população sobre os riscos relacionados ao uso contínuo de medicamentos açucarados e o desenvolvimento da doença quando não existe adequada higiene bucal, são imprescindíveis.


Palavras-chave: Uso de medicamentos, Cárie dentária, Criança.

Enxaqueca na criança e no adolescente

Migraine in children and adolescents

Alexandra P. de Q. C. Araújo

Revista de Pediatria SOPERJ - V.4, Nº2, p15-17, Agosto 2003

Resumo

OBJETIVO: esta revisão tem como objetivo oferecer aos pediatras noções atualizadas referente à enxaqueca.
MÉTODO: baseou-se este artigo em uma revisão não sistemática da literatura médica a partir de levantamento de artigos indexados no MEDLINE, através da busca pelo PUBMED. Foram incluídos os artigos com enfoque na avaliação e conduta, tanto históricos quanto mais recentes.
RESULTADOS: A enxaqueca é uma das principais causas de cefaléia recorrente na criança e no adolescente. Tem importantes repercussões na qualidade de vida deste indivíduo. Pode ser diagnosticada e tratada pelo pediatra geral, na maioria dos casos com medicamentos simples.


Palavras-chave: enxaqueca, criança, adolescente, diagnóstico, tratamento

Estudo descritivo de óbitos por engasgo em crianças no Brasil

Descriptive study of deaths by choking among children in Brazil

Iara Oliveira Costa; Rawllan Weslley Alves-Felipe; Tiago Barbosa Ramos; Victor Bruno de-Lima Galvão; Michelle Sales Barros de Aguiar; Vinicius de Gusmão Rocha

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21 (supl 1), Nº1, p11-14, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: No Brasil, o engasgamento é uma das principais causas de mortalidade infantil. Embora os investimentos na promoção e proteção da saúde da criança tenham crescido, ainda se estima que seja a terceira causa de morte por acidentes entre crianças no país.
OBJETIVO: Descrever os casos de óbitos por OVACE em crianças de 0-9 anos de idade no Brasil, nos anos 2009-2019.
FONTES DE DADOS: Estudo ecológico e descritivo em que foram coletados dados do DATASUS.
SÍNTESE DOS DADOS: O número de óbitos por engasgo em crianças no Brasil, de 2009 a 2019 chegou a 2.148. Os acidentes por ingestão de alimentos causando obstrução do trato respiratório foram predominantes, com um total de 1.817 (84,6%). Os 15,4% restantes (331 óbitos) correspondem à obstrução ocasionada por outros objetos; 72% (1.545) dos óbitos foram de crianças menores de 1 ano, 21,6% (465) de 1-4 anos, e 6,4% (138) de 5-9 anos. Das mortes por obstrução com alimentos (1.817), 78% (1.414) foram de crianças menores de 1 ano. As mortes por obstrução com outros objetos (331), 45% (148) foram de 1-4 anos. Conclusão: Existe uma prevalência de óbitos por engasgamento em acidentes por ingestão de alimentos. Ações de prevenção por políticas públicas de saúde voltadas para população pediátrica se fazem necessárias.


Palavras-chave: Mortalidade Infantil. Engasgo. Saúde da Criança.

Estudo exploratório sobre a mortalidade por suicídio entre crianças e adolescentes no Brasil

Exploratory study on suicide mortality among children and adolescents in Brazil

Dafne de Albuquerque Simão; Eugênio de Moura Campos; Maximiliano Loiola Ponte de Souza

Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº1, p2-6, Março 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: O suicídio é um importante problema de saúde pública e vem aumentando nos mais jovens. A literatura focada nestes seguimentos é escassa. Parte dos estudos agrega numa única categoria a população de 10 a 19 anos, desconsiderando as diferenças existentes entre crianças (10 a 14 anos) e adolescentes (15-19 anos).
OBJETIVOS: Descrever de forma comparativa as características e as taxas de suicídio entre crianças (10-14 anos) e adolescentes (15-19 anos) no Brasil.
MÉTODO: Estudo descritivo, compreendendo o período de 2012 a 2016, utilizando dados dos sistemas nacionais de informação. Foram selecionados óbitos de pessoas com idades de 10 a 19 anos, cuja causa básica foi classificada como "lesões autoprovocadas voluntariamente".
RESULTADOS: O método mais utilizado foi o enforcamento. O segundo método mais comum variou conforme o sexo, no masculino foi mais frequente a arma de fogo e no feminino, a intoxicação. O óbito ocorreu mais frequentemente em domicílio. Meninas e adolescentes do sexo feminino morreram mais frequentemente em hospitais/ estabelecimentos de saúde. Entre crianças houve maior percentual de indígenas. Entre crianças, a taxa de mortalidade por suicídio foi de 0,8/100 mil (0,9/100 mil, em meninos e 0,7/100 mil, em meninas). Já entre adolescentes, a taxa foi de 4,2/100 mil, sendo 6,0/100 mil no sexo masculino e 2,4/100 mil no feminino. As taxas variaram conforme as macrorregiões.
CONCLUSÃO: Evidenciou-se um conjunto de assimetrias de gênero e variações nas taxas de suicídio entre crianças e adolescentes potencialmente úteis para elaboração de estratégias de prevenção deste agravo.


Palavras-chave: Suicídio Consumado. Criança. Adolescente. Brasil. Epidemiologia.

Hemangioma infantil: 17 casos tratados com propranolol

Infantile hemangioma: 17 cases treated with propranolol

Gesmar Volga Haddad; Ciro Denevitz de-Castro-Herdy; Marianna Corrêa Moraes Barbosa; Adauto Dutra Moraes Barbosa

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº4, p230-232, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: Hemangioma infantil é um tumor benigno e autolimitado, embora a lesão possa ser gravemente invasiva ou muito deformante.
OBJETIVO: Relatar a evolução de hemangioma infantil tratado com propranolol oral.
PACIENTES E MÉTODOS: Entre março de 2010 e fevereiro de 2017, foram acompanhadas crianças portadoras de hemangioma infantil, no ambulatório de um hospital universitário, que tivessem recebido propranolol oral na dose de 1 mg/kg/dia, em duas tomadas e que, posteriormente, tivessem a dose de propranolol aumentada para 2 mg/kg/dia. Foram excluídas as crianças com asma brônquica e rinite alérgica.
RESULTADOS: Nos 17 casos estudados, a idade em que se observou o aparecimento do hemangioma variou entre 1 e 12 meses, com uma mediana de 3 meses. A idade de início do tratamento variou entre 1 e 18 meses, com uma mediana de 4 meses. Os pacientes foram acompanhados até a diminuição acentuada ou resolução da lesão, que durou entre 2 e 38 meses, com uma mediana de 28 meses. Não houve nenhuma complicação durante a evolução.
CONCLUSÃO: o propranolol oral mostrou-se seguro e eficaz na resolução do hemangioma infantil visível à ectoscopia.


Palavras-chave: Hemangioma. Criança. Propranolol.

Hemorragia digestiva em crianças: uma visão geral

Gastrointestinal bleeding in children: an overview

Cláudio Tortori

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17(supl 1), Nº1, p72-84,  2017

Resumo

INTRODUÇÃO: o sangramento digestivo ainda representa um problema importante na gastroenterologia geral e pediátrica, apesar dos diversos recursos tecnológicos de imagem e endoscópicos que surgiram nas últimas décadas.
OBJETIVO: rever causas, medidas e procedimentos terapêuticos gerais de importância para conduzir um paciente pediátrico com sangramento digestivo.
FONTE DE DADOS: foram revisadas as principais publicações sobre o tema hemorragia digestiva na faixa etária pediátrica, incluindo dados epidemiológicos nacionais de morbidade dos últimos seis anos de doenças que podem cursar com o quadro referido, considerando principalmente etiologia, manifestações clínicas, exames gerais e específicos além de aspectos relacionados à conduta no paciente tanto do ponto de vista geral de estabilização nos quadros graves, quanto específicas de medicamentos e estratégias visando o diagnóstico e tratamento das crianças acometidas.
SÍNTESE DOS DADOS: de acordo com a idade de acometimento, alterações do exame clínico e provas laboratoriais mais simples, é possível diagnosticar um grande número de episódios e orientar medidas terapêuticas iniciais visando diminuir a hemorragia até que exames mais complexos sejam realizados.
CONCLUSÕES: medidas gerais clínicas e terapêuticas devem ser instituídas, e o monitoramento adequado do paciente após um episódio de hemorragia digestiva na criança é importante no diagnóstico e acompanhamento de todos os casos.


Palavras-chave: Hemorragia gastrointestinal; Hemorragia; Trato gastrointestinal; Criança; Lactente; Recém-nascido.

Hipoplasia pulmonar - relato de seis casos com variações no exame diagnóstico

Pulmonary hipoplasia - six cases with various diagnostic procedures

Rachell Cerqueira; DUbora Brandao Vieira Mendes; Rafaela Baroni Aurélio; Maria de Fátima B. Pombo March; Sidnei Ferreira; Clemax Couto Sant'Anna

Revista de Pediatria SOPERJ - V.8, Nº2, p0, Outubro 2007

Resumo

INTRODUÇÃO: A hipoplasia pulmonar ( HP ) corresponde ao desenvolvimento incompleto do parênquima pulmonar, com diminuição do tamanho e número de alvéolos, da área de passagem do ar inspirado, hipoplasia da artéria pulmonar correspondente e déficit de surfactante.
OBJETIVO: relato de crianças com HP atendidos no período de 25 anos em uma instituição universitária, descrevendo características clínicas, métodos diagnósticos e conduta.
CASOS: são descritos seis pacientes, com idades variando de três meses de vida a oito anos; sendo quatro do sexo masculino.
COMENTÁRIOS: destaca-se a utilidade dos diferentes métodos diagnósticos empregados, como ultrassonografia pré-natal, arteriografia e tomografia computadorizada, bem como a evolução satisfatória em todos os casos.


Palavras-chave: hipoplasia pulmonar, mal formação pulmonar congênita, criança 18

Hospitalizações por diabetes mellitus na infância no Brasil e regiões entre 2010 e 2019

Hospitalizations for diabetes mellitus in childhood in Brazil and its regions between 2010 and 2019

Paula Dourado Sousa; Catherine Castelo Branco de Oliveira; Daniel Rocha Cavalcante de Farias; Lis Vinhático Pontes Queiroz; Amanda Lis Carneiro Patas da Cunha; Rafaela Góes Bispo; Lara Lorrayne Freitas Gomes; Otavio Augusto Gomes

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21 (supl 1), Nº1, p16-22, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crônica frequentemente iniciada na infância. O diabetes mellitus tipo 2, mais comum em adultos, está aumentando sua incidência em crianças.
OBJETIVO: Investigar o perfil epidemiológico do DM entre crianças e adolescentes no Brasil entre 2010 e 2019.
MÉTODOS: Foi realizado estudo ecológico, em série temporal do tipo descritivo, usando hospitalizações por diabetes mellitus no Brasil e regiões de 2010 a 2019 em indivíduos até 19 anos, usando o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde.
RESULTADOS: Houve aumento das hospitalizações de 2010 a 2019 de 16,12%. As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram o maior número de internação por essa doença; a Nordeste teve o maior aumento relativo das internações no período, com crescimento de 25,56%. A maioria das hospitalizações (57,3%), e as maiores taxas de letalidade (0,74%) e mortalidade (11,64 por milhão) ocorreram no sexo feminino; e as maiores mortalidades, nas regiões Norte e Nordeste: 1,09 e 0,97 por milhão, respectivamente.
CONCLUSÃO: Mulheres jovens (10-19 anos) do Nordeste e Sudeste são as mais acometidas pela doença, porém são necessários mais estudos para compreender melhor as internações nos diferentes grupos estudados.


Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Endocrinologia. Criança. Adolescente. Pediatria. Hospitalização.

Hospitalizações por tireotoxicose na infância no Brasil e regiões entre 2010 e 2019

Hospitalizations for thyrotoxicosis in childhood in Brazil and its regions between 2010 and 2019

Mateus da Silva Santana; Gessica Barbosa da Silva e Silva; Joice dos Santos de Jesus; Lucas Santana Bahiense Filho; Pitágoras Farah Magalhães Filho; Thuanne Cidreira dos Santos Gomes; Gabriela Flor Martins; Isabela Lôbo Duarte; Paula Dourado Sousa

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21 (supl 1), Nº1, p23-28, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A tireotoxicose é uma morbidade clínica causada por elevação dos níveis séricos de hormônios tireoidianos. A doença de Graves é a causa mais prevalente em adultos e crianças. Essa morbidade apresenta um curso clínico significativamente grave, exigindo acompanhamento contínuo e prolongado.
OBJETIVOS: Descrever aspectos epidemiológicos, clínicos e orçamentários de pacientes pediátricos internados com tireotoxicose no Brasil entre 2010-2019.
METODOLOGIA: Este foi um estudo ecológico a partir de dados secundários obtidos através do DATASUS. A população estudada foram crianças hospitalizadas por tireotoxicose entre 2010-2019 no Brasil.
RESULTADOS: Observou-se um total de 414 internações, sendo 70,29% de caráter de urgência. O sexo feminino representou 77,78%, enquanto o masculino, 22,22%. O Sudeste registrou 217 hospitalizações (52,42%), sendo também a região com o maior custo-médio por internação (R$638,9). A maior concentração de internações ocorreu na faixa etária de 15-19 anos. No período estudado, houve aumento de 48,15% nas hospitalizações.
CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo coincidem com estudos prévios. Ressalta-se a importância de mais estudos com o objetivo de contribuir para melhor compreensão das necessidades do sistema de saúde.


Palavras-chave: Tireotoxicose. Endocrinologia. Criança. Adolescente. Pediatria. Hospitalização

Imagens de homens nas revistasde cuidados infantis: estímulo à paternidade?

Images of men in childcare magazines: stimulus to paternity?

Aline de Carvalho Martins; Juranir Badaró Alves

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15, Nº1, p23-28, Fevereiro 2015

Resumo

OBJETIVO: Identificar, nas revistas voltadas para o cuidado infantil, quais imagens masculinas são apresentadas, analisando, de maneira crítica, os modelos de comportamento e de sociabilidade divulgados.
MÉTODOS: Pesquisa exploratória e descritiva que analisou a publicação mensal do ramo com maior tiragem no Brasil: a revista Crescer. Analisaram-se imagens fotográficas de homens adultos, no período de um ano, de agosto de 2012 a julho de 2013. O material coletado foi analisado pelo programa Epi Info, na versão 3.5.2, de 2010. Os dados foram cruzados em tabelas produzidas pelo mesmo programa, sendo comparados com os da literatura presente sobre o tema.
RESULTADOS: Identificaram-se 1.613 fotos que retratavam a presença de seres humanos. Dessas, somente 217 (13,45%) apresentavam imagens de homens adultos. Nem todas as imagens foram produzidas pela revista. Das 217 fotos de homens encontradas, 28,2% eram propagandas ou foram enviadas pelo leitor; portanto, não continham participação da equipe editorial. Na maioria das vezes (51,6%), o homem era retratado sozinho. Quando existiam crianças, as imagens retratavam fotos de família (10,6%), situações de afeto (10,1%) ou brincadeiras (7,4%). A pouca visibilidade do homem em situações de cuidado e sua intensa presença como colunistas (35,9%) revelam que a ênfase apresentada pela revista valoriza o papel do homem como especialista, mas não como pai.
CONCLUSÕES: Ressalta-se a importância da vinculação de outras imagens que valorizem o cuidado e o vínculo afetivo do homem em relação à criança, dados os desdobramentos positivos desses cuidados.


Palavras-chave: paternidade; cuidado da criança; fotografia; propaganda.

impacto da pandemia de Covid-19 no rastreio de deficiências auditivas infantis no Sistema Único de Saúde

The impact of COVID-19 pandemic on screening for childhood hearing impairment in the Brazilian National Health System

Bruno Vítor Peixoto Militão; Síura Aparecida Borges Silva

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº2, p68-74, Junho 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A pandemia de COVID-19 tem impactado a saúde pública em vários âmbitos parecendo se estender também na detecção das deficiências auditivas infantis. Programas de identificação de crianças surdas e com deficiência auditiva devem ser analisados de modo criterioso para mitigar possíveis consequências futuras.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da pandemia de SARS-CoV-2 no número de procedimentos de triagem auditiva infantil realizados pelo Sistema Único de Saúde em 2020.
MÉTODOS: Avaliação transversal, por meio do banco de dados DATASUS, comparando o número de exames realizados em crianças no ano de 2019 ao ano de 2020. Foi utilizado o teste não paramétrico Wilcoxon Signed Rank (a=0,05) para análise estatística. O número de casos de COVID-19 por 100.000 habitantes nos estados foi obtido no painel Coronavírus Brasil.
RESULTADOS: Observou-se queda de 16% no somatório de todos os procedimentos de detecção e triagem auditivas avaliados (p <0,001), variando de -9% a -24% (p <0,001). Redução estatística significante foi observada entre os estados da federação. A triagem auditiva de escolares foi o procedimento com maior variação, tendo queda superior a 85% (p <0,001) na maioria das macrorregiões do país.
CONCLUSÃO: A pandemia COVID-19 reduziu estatisticamente o número de ações relacionadas a triagem e identificação precoce das deficiências auditivas em 2020.


Palavras-chave: Infecções por coronavirus; Diagnóstico precoce; Pessoas com Deficiência Auditiva; Surdez; Programas Nacionais de Saúde; Saúde da Criança.

Impacto do emprego de diferentes equações preditivas da taxa metabólica basal em crianças federadas jogadoras de futsal

Impact of different predictive equations of basal metabolic rate in children federated futsal players

Luciana Rossi; Fabiana Guerreiro dos Santos

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº1, p17-21, Fevereiro 2016

Resumo

OBJETIVO: Avaliar o impacto de diferentes equações preditivas de taxa metabólica basal em crianças federadas praticantes de futsal.
MÉTODOS: Foram avaliados 41 jogadores do sexo masculino (n = 41) da categoria sub 7 à sub 9. Obtiveram-se a massa corporal, a estatura e as dobras cutâneas para o cálculo do índice de massa corporal e percentual de gordura. Calculou-se a taxa metabólica basal partir de 2 equações preditivas para crianças de 3 a 10 anos. Foram empregados testes não paramétricos (p < 0,05) para conduzir as análises inferenciais.
RESULTADOS: Quanto ao estado nutricional, as crianças federadas foram classificadas com sobrepeso; porém, com percentual de gordura adequado à faixa etária. Os valores de taxa metabólica basal diferiram significativamente em 3%, ocorrendo uma superestimação a partir da equação de Henry e Ress (1991).
CONCLUSÕES: Aconselha-se cautela para a obtenção da taxa metabólica basal de crianças federadas futsal quando da utilização de equações preditivas, não devendo empregá-las como equivalentes, principalmente para computar o gasto energético total.


Palavras-chave: Taxa metabólica basal, crianças, exercício, gasto energético.

Índices antropométricos como preditores de obesidade e suas comorbidades em crianças de escolas públicas do sul do Brasil

Anthropometric indices as predictor of obesity and comorbidities in children from public schools in Southern Brazil

Mayara Maria de Jesus Rozante; Jane Laner Cardoso

Revista de Pediatria SOPERJ - V.20, Nº3, p84-89, Setembro 2020

Resumo

INTRODUÇÃO: Analisar índices antropométricos como preditores de obesidade e suas comorbidades em crianças em escolas públicas de uma área urbana do sul do Brasil.
MÉTODO: Estudo transversal com amostra de 283 escolares de 7-8 anos de idade, de escolas públicas no sul do Brasil. Foram obtidos peso (P), estatura (E), cintura abdominal (CA) e índice de massa corporal (IMC), conforme Norma Técnica do Ministério da Saúde; avaliou-se, ainda, a razão da cintura abdominal pela estatura (C/E). Para a análise estatística entre as variáveis, utilizou-se o índice de correlação de Pearson.
RESULTADOS: Os escolares têm em média 7,8 anos de idade, sendo 164 (58%) do sexo masculino; em relação à CA, obteve-se que em 27 (9,54%) escolares está elevada, dos quais 15 (55,55%) são meninas. Quanto à C/E, 89 (31,50%) dos escolares encontram-se com esse índice elevado, sendo 59 (66,29%) meninas.
CONCLUSÕES: Observa-se elevada proporção de obesidade grave, 3,7 vezes maior em meninos. Os valores de CA elevada foram semelhantes entre meninos (15) e meninas (12), porém a C/E elevada foi maior nas meninas (66,29%). Apesar de meninos terem obesidade grave, as meninas parecem apresentar igualmente risco cardiovascular, devido à C/E mais elevada. Verificou-se também uma correlação linear estatística e altamente significante entre a C/E e CA, com p<0,001. O estudo sugere que a CA tem importância igual na detecção de obesidade e possivelmente de obesidade central e suas comorbidades.


Palavras-chave: Saúde da criança, Avaliação Nutricional, Obesidade.

Infecção invasiva por Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade em criança saudável

Invasive communityassociated methicilinresistant Staphylococcus aureus infection in healthy child

Cláudia Aguiar de Barros; Fábio Aguiar-Alves; Márcia Antunes Fernandes; Ana Flávia Malheiros Torbey; Maria de Fátima Nogueira de Freitas; Thatyana Ribeiro Medeiros; Ana Paula dos Santos Oliveira; Claudete Aparecida Araújo Cardoso

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº1, p31-36, Fevereiro 2016

Resumo

OBJETIVO: O surgimento de infecções por Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CAMRSA) em crianças tem sido um grande desafio, devido à rápida propagação mundial e às significativas taxas de morbidade e mortalidade especialmente nos últimos anos, com grande impacto nessa população. Este estudo descreve o caso de uma criança previamente saudável e sem fatores de risco para a infecção por CAMRSA.
DESCRIÇÃO DO CASO: Tratase de recém-nascido do sexo masculino, 28 dias, admitido no hospital para tratamento de uma celulite no tórax, em uso de oxacilina e ceftriaxona. Ao exame clínico na admissão, apresentava lesão de impetigo em membros superiores e tórax, com hiperemia difusa, além de áreas de cianose e de edema intenso até região inguinal. Paciente evoluiu rapidamente com extensa fasciite necrosante em região torácica. Houve drenagem espontânea de 925 mL de pus em região intermamilar e dorso. Paciente apresentava taquipneia, enchimento capilar lentificado, vasodilatação palmoplantar e acidose metabólica. Devido à gravidade do caso, o esquema antimicrobiano foi modificado para vancomicina e cefepime, sendo esse último suspenso após resultado da secreção torácica positivo para CAMRSA. Paciente evoluiu clinicamente bem após o tratamento.
DISCUSSÃO: O presente relato enfatiza a importância de uma intervenção antimicrobiana diferenciada para os casos de infecção estafilocócica com evolução clínica rápida, sem melhora com o uso de βlactâmicos. Sugere-se a modificação na conduta em relação ao tratamento das infecções estafilocócicas, com a cobertura empírica inicial com sulfametoxazol trimetoprim, clindamicina ou vancomicina, dependendo da gravidade do quadro, para pacientes com suspeita clínica de infecção por CAMRSA.


Palavras-chave: Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade, infecção, criança.

Ingestão de moedas e bateria botão por pacientes pediátricos durante a pandemia da COVID-19: um comparativo entre 2019 e 2020

Coins and battery button ingested by pediatric patients during the COVID-19 pandemic: a comparison between 2019 and 2020

Aléxia Alves Cabral; Cecília Pereira Silva; Sarah Lira Garani; Amanda Freire de Almeida; Andrea Fabiane Lira; Luiz Fernando da Silva Toledo; Myrna Salles de Mascarenhas Máximo Jones; Katia Maria Serdeira Arbex

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº2, p75-79, Junho 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: Em meio à propagação da doença do coronavírus, crianças permaneceram em suas casas por períodos prolongados, estando mais suscetíveis a acidentes domésticos. Crianças de um a seis anos são mais suscetíveis à ingestão de corpo estranho, sendo as moedas os objetos mais comumente ingeridos. A incidência de acidentes com baterias botões tem aumentado devido ao seu uso frequente em brinquedos, sendo um importante grupo de corpos estranhos, por suas propriedades corrosivas.
OBJETIVO: A série de casos visa relatar a recorrência da ingestão de moedas e baterias, durante a atual pandemia de 2020, e comparar com o número de casos no mesmo período de 2019.
DESCRIÇÃO: Os casos relatados descrevem quatro crianças de dois e seis anos, atendidas no pronto-socorro infantil entre os meses de março a junho de 2020, sendo que três crianças ingeriram moeda e apenas uma ingeriu bateria. Os sintomas variaram entre náusea, tosse, disfagia, sialorreia e vômitos, sendo que o caso da bateria se apresentou assintomático. Após os diagnósticos por radiografia, as moedas foram retiradas por endoscopia digestiva alta e a bateria, por cirurgia.
COMENTÁRIOS: A principal dificuldade diagnóstica é a ingestão de bateria botão não presenciada por responsáveis, o que retarda o tratamento e aumenta o risco de complicações. Pediatras devem considerar a suspeita da ingestão desses corpos estranhos na presença dos sintomas relatados, seguindo com a investigação adequada. Ademais, o alerta à prevenção de acidentes domésticos infantis deve ser sempre realizado nas consultas pediátricas.


Palavras-chave: Pandemia. Criança; Numismática; Corpos Estranhos; Pediatria; Pilhas de Mercúrio.

Integralidade na assistência à criança: a estratégia de atenção integrada às doenças prevalentes da infância no programa de saúde da família

Integrated management of children: integrated management of childhood illness (IMCI) strategy in the family health program

Rosana Alves

Revista de Pediatria SOPERJ - V.4, Nº2, p18-24, Agosto 2003

Resumo

INTRODUÇÃO - o Ministério da Saúde (MS) do Brasil identifica duas ações concretas para reduzir a morbimortalidade e os custos das doenças infantis: o Programa de Saúde da Família (PSF) e a estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI). Poucas investigações para avaliar essas ações foram realizadas.
OBJETIVO - apresentar dados epidemiológicos de crianças menores de 5 anos no Brasil, descrevendo o atendimento prestado a crianças menores de cinco anos de idade em unidades do PSF de acordo com a estratégia AIDPI.
METODOLOGIA - revisão não sistemática da literatura de fontes dedados como MEDLINE e LILACS e de documentos do M S.
RESULTADOS - a morbimortalidade por doenças infecciosas, especialmente diarréia e pneumonia ainda é expressiva no Brasil e em paises em desenvolvimento. As unidades de saúde necessitam ser estruturadas principalmente no que diz respeito a classificação dos pacientes, indicação e comparecimento ao retorno.
CONCLUSÕES - recomenda-se reforço na capacitação dos profissionais de saúde na estratégia AIDPI e supervisão mais freqüente.


Palavras-chave: AIDPI, Criança, Saúde da família

Leptina, adiponectina, resistência insulínica e componentes da síndrome metabólica em crianças pré-púberes com excesso de peso

Leptin, adiponectin, insulin resistance and metabolic syndrome components in overweight prepubertal children

Isabel Rey Madeira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº1, p37-38, Fevereiro 2016

Resumo

Resumo de tese.


Palavras-chave: Adiponectina, Criança, Doenças cardiovasculares, Leptina, Obesidade, Resistência à Insulina

Linfangiectasia pulmonar na infância

Aline Liporrage do Amor Divino Nogarol

Revista de Pediatria SOPERJ - V.7 (supl 2), Nº2, p10-13, Outubro 2006

Resumo

OBJETIVO: Descrever aspectos clínicos, radiológicos, histopatológicos e terapêuticos sobre linfangectasia pulmonar na infância, entidade rara, de reconhecimento difícil.
MÉTODO: revisão da literatura através do banco de dados PubMed.
CONCLUSÃO: a linfangestasia pode se apresentar sob as formas primária (ou congênita) e secundária. No primeiro caso, pode ser de aparecimento precoce ou tardio, sendo, esta forma, de diagnóstico mais difícil que a anterior. A suspeição clínica e a realização de biópsia pulmonar na maioria das vezes selam o diagnóstico. O tratamento é muito limitado.


Palavras-chave: Linfangiectasia pulmonar, malformaçao; congênita; criança

Linfangiectasia pulmonar na infância

Aline Liporrage do Amor Divino Nogarol

Revista de Pediatria SOPERJ - V.7, Nº2, p10-13, Outubro 2006

Resumo

OBJETIVO: Descrever aspectos clínicos, radiológicos, histopatológicos e terapêuticos sobre linfangectasia pulmonar na infância, entidade rara, de reconhecimento difícil.
MÉTODO: revisão da literatura através do banco de dados PubMed.
CONCLUSÃO:
a linfangestasia pode se apresentar sob as formas primária (ou congênita) e secundária.No primeiro caso,pode ser de aparecimento precoce ou tardio,sendo,esta forma, de diagnóstico mais difícil que a anterior.A suspeição clínica e a realização de biópsia pulmonar na maioria das vezes selam o diagnóstico. O tratamento é muito limitado.


Palavras-chave: linfangiectasia pulmonar, malformaçao; congênita; criança

Manifestações radiológicas torácicas da dengue em crianças e adolescentes: casos clínicos

Thoracic radiologic features in dengue in chidren and adolescents: cases report

Diana Giraldo Rios; Clemax Couto Sant'Anna

Revista de Pediatria SOPERJ - V.12, Nº1, p4-7, Agosto 2011

Resumo

Os autores relatam três casos de dengue em pacientes internados com idades variando de 6 a 14 anos durante a epidemia de 2008 no Rio de Janeiro que acometeu elevada parcela da população do estado. Os pacientes aqui apresentados experimentaram rápida modificação do padrão radiológico de tórax às custas de derrames pleurais compatíveis com transudatos que regrediram com a terapêuticas de reposição hídrica recomendada para a doença de base.Todos evoluíram bem e receberam alta hospitalar.


Palavras-chave: dengue ,derrame pleural , criança, adolescentes

Neurofibromatose tipo 2: relato de caso na infância

Neurofibromatosis type 2: case report in childhood

Danila de Souza Carraro; Priscila Paula Pires; Alessandra Kiesewetter; Clarissa Bueno; Sabrina Bortolin Nery; Nelson Kazunobo Horigoshi

Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº1, p28-33, Março 2018

Resumo

INTRODUÇÃO: a neurofibromatose tipo 2 é uma doença autossômica dominante, causada por mutação no gene NF2, localizado no cromossomo 22q12.2, que codifica a proteína neurofibromina-2, também denominada merlin. Clinicamente, a doença caracteriza-se por múltiplos tumores do sistema nervoso central, predominando schwannomas, meningiomas e ependimomas. Raros casos são descritos com apresentação no primeiro ano de vida.
OBJETIVO: descrever o caso de uma paciente na faixa etária pediátrica no qual a anamnese e o exame físico detalhado contribuíram para o diagnóstico precoce de neurofibromatose tipo 2.
DESCRIÇÃO DO CASO: paciente de 7 anos, sexo feminino, internada com diagnóstico inicial de síndrome vestibular secundária e otite média aguda. Durante a internação e evolução clínica, notou-se o surgimento de nistagmo horizonto-vertical e anisocoria com midríase, levando a maior investigação do caso e ao diagnóstico precoce de neurofibromatose tipo 2.
DISCUSSÃO: neurofibromatose tipo 2, doença caracterizada por múltiplos tumores do sistema nervoso central, também pode apresentar alterações oculares, incluindo catarata de início precoce, tumores da bainha do nervo óptico, hamartomas e membranas retinianas. Até o momento, ainda há restrições para estabelecer os critérios clínicos quanto à sensibilidade para diagnosticar todos os indivíduos de fato acometidos pela doença. Esta consideração é particularmente importante nas crianças, que podem ainda não ter evidentes todas as manifestações clínicas que permitiriam o diagnóstico, sendo necessário seguimento clínico e de imagem e, eventualmente, diagnóstico evolutivo.


Palavras-chave: Neoplasias do sistema nervoso central; Neurofibromatose 2; Criança.

O aleitamento materno e as doenças alérgicas na primeira infância: uma revisão sistemática

Breastfeeding and allergic diseases in early childhood: a systematic review

Marli Carmo Cupertino; Larissa Regina Bellato; Anne Carolina Vilela Carvalho; Nicole Obeid Rezende; Paula Miryam Lima Santiago Reis; Shana Pereira de Lima Lana; Marcia Farsura Oliveira; Emília Pio Silva Silva

Revista de Pediatria SOPERJ - V.19, Nº2, p37-45, Junho 2019

Resumo

INTRODUÇÃO: As alergias são consideradas um problema crescente de saúde pública, e medidas profiláticas e terapêuticas dessas doenças devem ser estudadas.
OBJETIVO: Revisar e compilar dados de estudos que analisaram o tipo e tempo de aleitamento na modulação de doenças alérgicas na infância.
FONTE DE DADOS: Realizou-se revisão sistemática seguindo as diretrizes internacionais PRISMA, nas bases PubMed, Scopus e Scielo, sem restrições cronológicas ou de linguagem. Os descritores usados foram padronizados de acordo com a plataforma MeSH terms. Os critérios de inclusão determinavam ser artigos originais com relação direta sobre amamentação, alergias e indivíduos na infância
SÍNTESE DOS DADOS: Foram identificadas 457 publicações, das quais 22 artigos originais foram incluídos no estudo. Quinze estudos apresentaram relação positiva do aleitamento materno com a prevenção de doenças alérgicas; cinco, relação negativa; e três mostraram que não há relação. Grande parte dos estudos não considerou parâmetros de confusão - status atópico dos pais, parto cesáreo ou vaginal, número de irmãos e exposição ao tabaco - que podem mascarar o resultado da pesquisa. A maior parte dos estudos feitos em regiões geográficas semelhantes apresentou resultados semelhantes e divergentes de regiões com estilo de vida e dieta diferentes.
CONCLUSÕES: O aparecimento das doenças alérgicas pode ser modulado através da amamentação, sendo que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementar até os dois anos apresentou-se majoritariamente benéfico. A região geográfica do estudo é um parâmetro que deve ser analisado, pois influencia na dieta/hábitos maternos e na composicão do leite.


Palavras-chave: Doenças alérgicas; Aleitamento materno; Epidemiologia; Saúde materno-infantil; Pediatria.

O ensino da puericultura e da pediatria no Rio de Janeiro: a propósito do bicentenário da Faculdade de Medicina da UFRJ

The teaching of child care and pediatrics in Rio de Janeiro: concerning the bicentennial of Faculty of Medicine of UFRJ

Clemax Couto Sant Anna

Revista de Pediatria SOPERJ - V.10, Nº1, p16-20, Maio 2009

Resumo

OBJETIVO: revisão não sistemática da literatura sobre ensino da Pediatria e da Puericultura, buscando situar historicamente o tema por ocasião dos 200 anos de criação do ensino médico no país.
RESULTADOS: embora já se identifique livros sobre doenças na infância na época do Brasil Colônia, o ensino regular só veio a se firmar ao final do século XIX por influência de Moncorvo de Figueiredo. Só em 1937 foi criada a Clínica pediátrica médica e Puericultura e clínica da primeira infância, sob a responsabilidade do Prof. Martagão Gesteira, responsável pela formação de inúmeros profissionais no Brasil desde então.
CONCLUSÃO: a Puericultura e a Pediatria são especialidades jovens e expandiram-se nas últimas décadas do período neonatal à adolescência


Palavras-chave: Puericultura, Pediatria, criança, adolescentes, ensino

O impacto da violência na saúde mental das crianças

The impact of the violence in childhood mental health

Sheila Abramovitch; Maria L·cia Moreira; Elie Cheniaux

Revista de Pediatria SOPERJ - V.8, Nº2, p0, Outubro 2007

Resumo

INTRODUÇÃO: A violência tem sido considerada um dos eventos traumáticos responsáveis pela doença mental na infância. Um conjunto de fatores interage e torna a criança vulnerável ou resiliente ao trauma psíquico. Um evento violento terá expressão diferenciada em cada criança, considerando-se os aspectos biológicos, genéticos, psicológicos e ambientais. O pediatra, muitas vezes, é o primeiro a receber estas crianças com sintomas psiquiátricos, o que demanda diagnóstico diferencial, intervenção e encaminhamento adequado.
OBJETIVO: Revisão não sistemática da literatura sobre associação entre violência e doença mental na infância. Chamar a atenção dos pediatras para o aumento do número de casos clínicos envolvendo esta associação.
METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica nas bases Medline/PubMed, Lilacs e Scielo, referente ao período de junho de 2001 a maio de 2007, com emissão de opinião e exemplos clínicos. Foram incluídos, por sua relevância, livros de anos anteriores.
RESULTADOS: Foram listados 211 trabalhos, sendo selecionados 39 artigos de acordo com: título, resumo, assunto, ser artigo original ou de revisão e disponibilidade de acesso pelo portal da CAPES. Ainda, textos clássicos, de importância à compreensão do tema.
CONCLUSÕES: Os trabalhos analisados encontraram associação entre violência e doença mental na infância. É necessário o acompanhamento da criança vítima de violência com manifestações psiquiátricas, para se avaliar o desenvolvimento de sintomas reativos, adaptativos ou de transtornos psiquiátricos.


Palavras-chave: Violência. Estresse Traumático. Transtornos Mentais da Criança.

O ponto de vista da família de crianças vítimas de violência perante a ação do Conselho Tutelar

Families' point of view about the action of Child Protective Services in child abuse situations

Ana Lúcia Ferreira; Diogo Ramos Noronha; Luciane Gaspar Guedes; Sara Pinheiro Ferreira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15, Nº2, p10-15, Setembro 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: Os Conselhos Tutelares (CT) têm como função primordial garantir os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes brasileiros. Além disso, diante da violência, esses órgãos têm poderes para aplicar medidas que garantam a proteção dessa parcela populacional. Não obstante, muitos profissionais e cidadãos ainda vêm os serviços de proteção à criança e ao adolescente como agências coercitivas e punitivas.
OBJETIVO: Relatar experiências de familiares nos contatos com o CT em decorrência de situações de violência contra crianças ou adolescentes.
MÉTODOS: Entrevistaram-se 30 responsáveis que compareceram em um serviço de acompanhamento às famílias de crianças e adolescentes em situação de violência. Todos tiveram contato com os CT em decorrência desse problema. Foi feita análise de conteúdo, temática, do material transcrito.
RESULTADOS: A orientação às famílias foi a ação mais frequentemente aplicada pelas equipes dos CT. Entre as experiências positivas relatadas pelos entrevistados, ressaltam-se o acolhimento e o apoio emocional; o esclarecimento de dúvidas; o trabalho em rede com a instituição de saúde e a garantia dos direitos das crianças envolvidas. Já em relação às experiências negativas, encontram-se o não atendimento das demandas da família; a discordância das decisões tomadas pelas equipes dos CT; as atitudes dos profissionais consideradas inadequadas; a sensação de impotência familiar perante as decisões dos CT; as dificuldades existentes nos processos de trabalho e a pouca clareza dos papéis institucionais na rede de serviços.
CONCLUSÕES: Há dualidade de reações dos responsáveis diante das medidas tomadas pelos CT, sendo importante que os profissionais da saúde reforcem os aspectos positivos dessa ação de proteção à criança e ao adolescente e de apoio à família, bem como que a atuação das equipes dos CT seja aperfeiçoada.


Palavras-chave: maus-tratos infantis; família; conselhos tutelares.

O Sistema imune do recém-nascido: destacando aspectos fetais e maternos

The newborn's immune system with fetal and maternal aspects

Danusa Rizzon

Revista de Pediatria SOPERJ - V.12, Nº1, p12-15, Agosto 2011

Resumo

INTRODUÇÃO: Crianças apresentam maior morbidade e mortalidade relacionadas a vários patógenos, em especial, aos intracelulares. Isso ocorre em função da imaturidade imunofisiológica, que resulta de limitações nos mecanismos imunológicos inatos e adaptativos.
OBJETIVO: Revisar o sistema imune do recém-nascido, destacando aspectos fetais e maternos. Ressaltam-se, também, elementos das imunidades inata e adaptativa e evidencia-se a importância do leite materno no contexto citado.
METODOLOGIA: Revisão não-sistemática da literatura disponível nas bases de dados SCIELO, NCBI e CAPES,priorizando-se artigos mais recentes e/ou com informações relevantes sobre o estudo.As listas de referências dos artigos selecionados foram verificadas a fim de escolher estudos adicionais de interesse.
CONCLUSÃO: A partir do exposto, é possível analisar aspectos relevantes ao sistema imune do recém-nascido, no qual a maioria das células envolvidas encontra-se em quantidade e/ou função reduzida. Este fato, que contribui para uma suscetibilidade aumentada desta população a infecções, é de extrema importância e deve ser considerado na prática médica. Através da compreensão da imaturidade intrínseca relacionada ao sistema imune neonatal é possível direcionar e adequar profilaxia, imunizações e tratamento de recém nascidos a termo e pré-termos. Neste sentido, o incentivo à prática da lavagem adequada das mãos e utilização de álcool glicerinado por profissionais de saúde são atitudes que podem promover relevante impacto no presente quadro, auxiliando na redução das taxas de mortalidade. Ressalta-se, ainda,que vários aspectos relacionados ao tema em questão não são totalmente elucidados e, assim, novos estudos são de fundamental importância no presente âmbito.


Palavras-chave: Recém-Nascido, Sistema Imunológico, Imunidade Inata, Imunidade Adaptativa,leite Materno, literatura de Revisao

Onde as Crianças Brincam? Repensando a educação em tempos de Pandemia

Where Do Children Play? Rethinking education in times of pandemic

Gabriela J Crenzel; Ana Silvia Mendonça-Alves; Glauciê Gleyds Araújo; Abelardo Bastos

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº2, p40-48, Junho 2021

Resumo

A pandemia por Covid-19 resultou, como parte das medidas tomadas para restringir a disseminação do vírus, na interrupção das aulas presenciais em escolas e universidades de todo o mundo, impactando a vida de um bilhão e meio de estudantes. É difícil calcular todos os prejuízos da educação infantil ao ensino superior, bem como a exposição e o aprofundamento da desigualdade no acesso a direitos fundamentais. Apresentam-se novos paradigmas, algumas coisas passarão ao primeiro plano em detrimento de outras. E, se é possível falar em ganhos, estes estarão na redescoberta do que é a escola. Nesse período de incertezas, é preciso privilegiar mais do que conteúdos pedagógicos e aspectos cognitivos, as habilidades socioemocionais. O mais importante é o acolhimento, a reconstrução dos vínculos afetivos e pedagógicos nessa nova realidade. Pensar sempre em primeiro lugar no bem-estar físico e emocional dos alunos, de seus responsáveis e de cada profissional envolvido. É papel da escola ser um local de acolhimento e proteção social, nutrição, saúde e apoio emocional. O processo de recuperação da aprendizagem será longo, mas isso não justifica medidas precipitadas. Não é razoável desconsiderar as graves consequências da Covid-19 para muitos, especialmente os mais velhos e com condições de risco, bem como o curso imprevisível da doença e as consequências para os jovens. Deve-se garantir o direito de todas as crianças à educação, mas o retorno às aulas presenciais somente pode ser determinado com base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde.


Palavras-chave: Educação; Coronavirus; Pandemias; Afeto; Fatores Socioeconômicos; Criança.

Perfil das crianças asmáticas atendidas no Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Hospital Universitário Antonio Pedro

Profile of asthmatic children assisted in pediatric pulmonology clinic of the Hospital Universitário Antonio Pedro

Keydma Brasil Macedo; Selma Maria de Azevedo Sias; Licínio Esmeraldo da Silva; Gesmar Volga Haddad Herdy

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº1, p29-33, Fevereiro 2017

Resumo

OBJETIVO: conhecer o perfil das crianças asmáticas atendidas no ambulatório de pneumologia pediátrica.
MÉTODOS: estudo transversal, retrospectivo e descritivo, com revisão de prontuários e análise de questionário Asthma Control Test (ACT), entre 2012 e 2015. Dentre 105 pacientes portadores de asma acompanhados no ambulatório de pneumologia pediátrica do Hospital Universitário Antônio Pedro, selecionou-se 61 com idade entre sete e 19 anos (média de idade = 12,21 anos) e que tinham prova funcional respiratória (PFR).
RESULTADOS: 37 (60,66%) eram masculinos; 21 (34,42%) pacientes foram expostos ao tabagismo e 50 (81,97%) relataram controle ambiental inadequado; 58 (95,08%) apresentavam rinite alérgica; nove (14,75%) alergia a insetos; cinco (8,19%) dermatite atópica; cinco (8,19%) esofagite eosinofílica; três (4,92%) conjuntivite alérgica; três (4,92%) alergia alimentar e um (1,64%) alergia medicamentosa. Testes cutâneos para alérgenos ambientais foram realizados em 22 (30,06%), 18 (81,81%) dos quais foram positivos. PFR detectou distúrbio obstrutivo leve em 42 (68,85%), moderado em um (1,64%) e em 18 (29,51%) o exame foi normal. Dos 33 (54%) que tinham o ACT respondido, 23 (69,69%) apresentavam asma controlada.
CONCLUSÕES: o estudo documentou: predomínio do sexo masculino, a maioria dos casos estava associada à rinite alérgica, distúrbio obstrutivo leve e escore de asma controlada. Destaca-se a insuficiência da rede básica de saúde no diagnóstico e tratamento destes casos, que não deveriam, a priori, ser referenciados a hospital de maior complexidade. Os adolescentes encontravam-se no grupo dos não controlados, ressaltando a adolescência como complicador no tratamento de doença crônica.


Palavras-chave: Asma. Criança. Medicina do adolescente.

Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e vacinação antipneumocócica 10 valente: atualização

Community-acquired pneumonia in children and 10-valent antipneumococcal vaccination: update

Maria de Fátima Bazhuni Pombo March; Alexandre Nicolau Galvao

Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº3, p13-24, Setembro 2018

Resumo

INTRODUÇÃO: a incorporação da vacina antipneumocócica 10 valente no calendário vacinal brasileiro em 2010, no Programa Nacional de Imunizações, gerou a redução de doenças pneumocócicas, como meningites e pneumonia adquirida na comunidade, e da colonização de orofaringe e mucosa nasal pelo pneumococo (Streptococcus pneumoniae).
OBJETIVO: realizar um estudo de revisão sobre etiologia, quadro clínico, complicações, conduta e medidas preventivas das pneumonias adquiridas na comunidade, e discutir a resistência do pneumococo aos antibióticos.
FONTES DE DADOS: livros, artigos e diretrizes considerados relevantes nos últimos 21 anos, indexados nos bancos de dados PubMed, Medline, Lilacs e SciELO, com os descritores 'pneumonia', 'criança' e 'vacinas pneumocócicas' nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola.
SÍNTESE DOS DADOS: todos os casos de pneumonia adquirida na comunidade grave necessitam de hospitalização e, em geral, uso de ampicilina ou penicilina cristalina como primeira escolha. A amoxicilina é indicada no tratamento ambulatorial na dose de 50 mg/kg/dia de 8 em 8 horas. Estudos nacionais identificaram que um ano após sua introdução na rede pública houve redução das hospitalizações de crianças por pneumonia adquirida na comunidade no Brasil.
CONCLUSÕES: o tratamento das pneumonias adquiridas na comunidade ainda é um desafio e a instituição de um fluxograma de tratamento pode ser útil, priorizando a penicilina e seus derivados, ainda considerados drogas de escolha em todas as diretrizes nacionais e internacionais. O estabelecimento da vacina antipneumocócica 10 valente no calendário vacinal trouxe redução das internações por pneumonia adquirida na comunidade e deve ser incentivada pelo pediatra.


Palavras-chave: Pneumonia; Criança; Vacinas pneumocócicas.

Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica na infância

Chronic inflammatory demyelinating polyneuropathy in infancy

Ayla Cristina Bernardes da Silva; Lívia Batista Corrêa; Douglas Covre Stocco Renato Abreu Ribeiro; Isabela Felício; Marcio Moacyr Vasconcelos

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº3, p45-48, Outubro 2016

Resumo

OBJETIVO: Relatar um caso de polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica na infância (PDIC).
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 5 anos, internada com quadro progressivo de dor e paresia em membros inferiores, com evolução dos primeiros sintomas há 3 meses, com perda de deambulação e de se manter em posição ortostática, apresentando diversas recidivas em meses, após tratada.
DISCUSSÃO: A PDIC é uma doença que envolve os membros proximal e distal, com achados eletroneuromiográficos de desmielinização multifocal de nervos somáticos. Os sintomas iniciais são fraqueza muscular simétrica e progressiva, em episódios, com tato comprometido e reflexos osteotendinosos comprometidos. É uma doença recidivante, crônica e progressiva, com quadro similar à Síndrome de GuillainBarré (SGB). O presente relato permite a discussão da avaliação, manifestações clínicas, diagnóstico, seguimento e estratégia terapêutica para a Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica.


Palavras-chave: GuillainBarré, polineuropatias, criança, relatos de caso.

Prevalência de violência familiar em crianças portadoras de doenças crônicas atendidas em um ambulatório de especialidades pediátricas

Prevalence of family violence in children carrying chronic diseases admitted into paediatric specialty care units

Stephanie Cathren Fenizola dos Santos; Larissa Vieira da Conceição; Anna Tereza Miranda Soares de Moura; Ricardo Mattos de Russo Rafael

Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº1, p11-16, Fevereiro 2016

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência de violência familiar em crianças portadoras de doenças crônicas atendidas em ambulatório de especialidades pediátricas.
MÉTODOS: Estudo seccional realizado em ambulatório de especialidades de um hospital universitário, utilizado o instrumento Conflict Tactic Scales: Parent Child Version (CTSPC). A coleta de dados ocorreu por meio de amostragem por oportunidade com os responsáveis das crianças. Foram estimadas as prevalências dos diferentes tipos de violência, calculando os respectivos intervalos de confiança a 95%.
RESULTADOS: A amostra compreendeu 152 questionários aplicados, com predomínio de crianças do sexo masculino, idade até 4 anos e frequência na rede de ensino. Quase todos os participantes relatou mais de 3 consultas médicas por ano (89,5%: IC 95%: 84,5/94,4). Em relação aos tipos de violência, observou se positividade na escala de maus-tratos físicos graves em 8% da amostra (IC95%: 21,3/38,3) e em 87,5% para agressão psicológica (IC95%: 75,3/87,8).
CONCLUSÕES: Famílias com pacientes portadores de doenças crônicas tendem a ter uma forma de resolução violenta de conflitos, pois o cuidado desse paciente é um fator frequente de estresse na dinâmica cotidiana da família. Os dados mostram uma realidade alarmante, com um número expressivo de vítimas de violência grave em idade pré-escolar, período crucial do desenvolvimento infantil. Vale ressaltar que a complexidade dessas situações acaba dificultando a detecção da violência, pois as demandas assistenciais envolvem múltiplas tarefas e olhares multiprofissionais.


Palavras-chave: Violência, violência doméstica, maus-tratos infantis, doença crônica.

Prolapso de uretra em pré-púbere: relato de caso

Pre-puberty urethral prolapse: case report

Nathane Santanna Felix; Fernanda Pinto Mariz; Ana Lúcia Ferreira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº2, p36-40, Junho 2017

Resumo

OBJETIVO: relatar e discutir um caso de sangramento vaginal por prolapso de uretra, no qual foi levantada a suspeita de abuso sexual.
DESCRIÇÃO DO CASO: criança de dois anos e 11 meses de idade apresentou início súbito de sangramento vaginal intenso após um período de tempo em que esteve brincando em área externa ao domicílio sem supervisão. Houve suspeita de abuso sexual pelos pais, afastada após exame ginecológico, que identificou prolapso de uretra. Foi realizada a ressecção da porção evertida da uretra, com resolução do quadro.
DISCUSSÃO: o abuso sexual deve ser sempre cogitado em pacientes com sangramentos urogenitais, entretanto este caso ilustra a importância de considerar outros diagnósticos diferenciais. A identificação do prolapso de uretra nesta paciente possibilitou não só a resolução do quadro, como também a tranquilização dos familiares quanto à suspeita de abuso.


Palavras-chave: Pré-escolar. Abuso sexual na infância. Doenças uretrais. Prolapso.

Qualidade de vida de crianças e adolescentes irmãos de indivíduos com transtornos crônicos neurológicos, do neurodesenvolvimento e da saúde mental: revisão de escopo

Quality of life of children and adolescents siblings of individuals with chronic neurological, neurodevelopmental and mental health disorders: a scoping review

Bruno Scofano Dias; Fernanda Marinho de Lima

Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº2, p87-96, Junho 2022

Resumo

OBJETIVO: Realizar revisão de escopo sobre a qualidade de vida de crianças e adolescentes irmãos de indivíduos com transtornos crônicos neurológicos, do neurodesenvolvimento e da saúde mental.
FONTES DE DADOS: A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, Medline, SciELO e Google Scholar.
SÍNTESE DOS DADOS: No total, 1.664 artigos foram encontrados na pesquisa inicial. Destes, 1.061 duplicados foram removidos. Em seguida, 590 foram excluídos por falta de adequação após a leitura dos títulos e resumos e/ou do texto completo, resultando em um total de 13 estudos incluídos. Destes, cinco (38,6%) foram publicados nos últimos cinco anos e 100% nos últimos 15 anos, avaliando indivíduos de 3 a 18 anos, totalizando 1.741 amostras. Como um todo, em oito estudos (61,6%), os participantes tiveram pior qualidade de vida do que os respectivos controles.
CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que irmãos de indivíduos com transtornos crônicos neurológicos, do neurodesenvolvimento e da saúde mental tendem a ter menor qualidade de vida, e que o equilíbrio entre fatores de risco e proteção determina o desfecho. Os resultados apontam para a necessidade da realização de novas pesquisas que investiguem a qualidade de vida, a satisfação com a vida e o bem-estar dessas crianças e adolescentes. Do ponto de vista prático, esta revisão de escopo alerta que, para esses irmãos, é essencial que pediatras, pediatras do desenvolvimento, neuropediatras e psiquiatras infantis percebam a presença de fatores de risco, que forneçam vigilância, avaliação e intervenção precoce e que mantenham foco e investimento nos fatores de proteção.


Palavras-chave: Irmãos. Qualidade de Vida. Criança.

Rede Cegonha: acompanhamento de mães adolescentes e seus bebês em hospital público do Rio de Janeiro

Rede Cegonha: monitoring of teenagers mothers and her babies in a public hospital in Rio de Janeiro

Danillo Gonçalves de Barros; Olga Maria Bastos; Ana Cláudia Mamede Wiering de Barros

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº1, p21-28, Fevereiro 2017

Resumo

OBJETIVO: análise de indicadores materno-infantis relacionados à Rede Cegonha em hospital público do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: estudo retrospectivo dos prontuários de gestantes adolescentes e seus bebês, por meio de questionário estruturado.
RESULTADOS: a maior parte das adolescentes morava com o companheiro, possuía Ensino Fundamental completo e frequentava escola. O pré-natal foi adequado na maioria das pacientes. As intercorrências mais relatadas foram: gemelaridade, toxoplasmose, infecção pelo HPV e/ou HIV. O índice de cesáreas foi elevado. Em relação aos bebês, a maioria nasceu com boa vitalidade e adequados para a idade gestacional. As principais complicações foram: malformação fetal, prematuridade, sofrimento fetal e infecções congênitas. A taxa de aleitamento materno exclusivo por seis meses foi baixa. A maioria manteve acompanhamento ambulatorial no hospital de nascimento e obteve crescimento e desenvolvimento adequados, além da caderneta de vacinação atualizada.
CONCLUSÃO: a Rede Cegonha permite a captação precoce das adolescentes através do acesso facilitado ao pré-natal, minimizando o risco de complicações evitáveis e facilitando vínculo entre a mãe e o profissional, com consequências positivas para o bebê por meio de melhor acompanhamento deste no serviço de saúde.


Palavras-chave: Gravidez na adolescência. Saúde materno-infantil. Saúde da criança. Saúde do adolescente.

Reflexos da alimentação e das condições socioeconômicas no estado nutricional de crianças internadas na Amazônia Legal

Reflections on diet and socioeconomic conditions on the nutritional status of children hospitalized in the Legal Amazon

Milton Vilar Ferreira Dantas; Dkaion Vilela de Jesus; Audrey Stella Akemi Nogami; Camila Stein; Danilo Augusto Vidigal de Andrade; Deborah Regina Lacerda Lima; Fabianna Fabíola Néri Teixeira; Pablo André Brito de Souza; Raikar Barreto da Silva Stone; Renan da Silva Bentes; Sued Soares Lima; Viviane Harue Higa; Adelma Alves de Figueirêdo

Revista de Pediatria SOPERJ - V.19, Nº1, p3-9, Março 2019

Resumo

INTRODUÇÃO: As intervenções positivas, nutricionais e psicoafetivas, nos primeiros mil dias de vida, contados desde a concepção até o final do 2º ano, são fundamentais para a saúde, da infância à senescência. São capazes de aumentar a cognição e diminuir as chances de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis.
OBJETIVO: Avaliar fatores alimentares e socioeconômicos no 1º ano de vida e correlacioná-los com o estado nutricional de crianças internadas.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo e observacional, com um ano de duração, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Roraima sob o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética número: 65148616.6.0000.5302. Realizou-se antropometria de 158 crianças com até 1 ano de idade e entrevista à admissão hospitalar. Associações foram avaliadas pelo teste qui-quadrado, valor-p ≤ 0,05, odds ratio (OR) com intervalo de confiança de 95% no software Epi Info versão 7.0.
RESULTADOS: Houve correlação entre as variáveis: descendentes de indígenas, baixa estatura (p = 0,001; OR: 3,5) e baixo peso (p = 0,007; OR: 3,28); cinco ou mais residentes na mesma casa, baixa estatura (p = 0,04; OR: 2,3), baixo peso (p = 0,003; OR: 3,9) e baixo índice de massa corporal (p = 0,04; OR: 3,4); mãe com escolaridade até ensino fundamental completo ou menos, baixa estatura (p = 0,00; OR: 6,96), baixo peso (p = 0,001; OR: 4,24) e baixo índice de massa corporal (p = 0,006; OR: 1,58); aleitamento materno, exclusivo ou não, independentemente do tempo de duração, baixa estatura (p = 0,02; OR: 0,34) e baixo peso (p = 0,002; OR: 0,23); aleitamento materno exclusivo ou associado à fórmula infantil até o 6º mês, baixa estatura (p = 0,016; OR: 0,24) e baixo peso (p = 0,01; OR: 0,22); açúcar antes de 1 ano e baixa estatura (p = 0,009; OR: 2,89).
CONCLUSÕES: As correlações encontradas apontam que, além do consumo de dieta inadequada, os fatores socioeconômicos podem ser determinantes para a composição de um estado nutricional inadequado em lactentes hospitalizados.


Palavras-chave: Comportamento alimentar; Estado nutricional; Desnutriçao; Saúde materno-infantil.

Relato de caso: púrpura de Henoch-Schönlein

Case report: Henoch-Schönlein purpura

Simone de Abreu Neves Salles; Juliana Aparecida Lemos da Silva; Larissa Verônica Kamarowski; Thaís de Albuquerque

Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº1, p23-27, Março 2018

Resumo

INTRODUÇÃO: a púrpura de Henoch-Schönlein, vasculite mais comum na infância, é mediada por depósitos de imunocomplexos de imunoglobulina A, podendo ser precedida por infecções respiratórias superiores.
OBJETIVO: relatar caso com distribuição cutânea atípica pelo acometimento da face e membros superiores e ausência de lesões nas nádegas que, junto aos membros inferiores, é o local em que as lesões purpúricas são mais comumente observadas.
DESCRIÇÃO DO CASO: M. D. X., 2 anos e 2 meses, masculino, história prévia recente de infecção do trato respiratório superior. Paciente apresenta dor abdominal, edema e lesões purpúricas bilaterais nos membros inferiores e superiores, além de presença de pápulas eritematosas na face. Ausência de lesões cutâneas nas nádegas e tronco. Laboratorialmente, presença de leucocitose e trombocitose. O exame histopatológico revelou infiltrado perivascular superficial e profundo com presença de eosinófilos, neutrófilos e leucocitoclasia com incipiente dano à parede vascular. A imunofluorescência direta identificou depósitos de imunoglobulina A nas paredes dos vasos superficiais. Foi internado, sendo necessário apenas tratamento sintomático. Apresentou evolução satisfatória do quadro, recebendo alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSÃO: na púrpura de Henoch-Schönlein a manifestação clínica mais frequente é a púrpura palpável atrombocitopênica, que se localiza tipicamente nas nádegas e membros inferiores. É uma doença multissistêmica, podendo afetar, além da pele, outros órgãos, como intestino, articulações e principalmente rins. O curso, em geral, é benigno, autolimitado e monocíclico, necessitando apenas de tratamento de suporte clínico.


Palavras-chave: Púrpura de Schoenlein-Henoch; Vasculite; Criança; Infecçoes respiratórias.

Síncope no paciente pediátrico

Syncope in the pediatric pacient

Paula C. Chicralla; Camila Q. Guedes; Marçal Carvalho Jr.; Eduardo Jorge C. da Silva; Maria de Fátima M. P. Leite

Revista de Pediatria SOPERJ - V.6, Nº1, p4-9, Junho 2005

Resumo

INTRODUÇÃO: até 15% das crianças e adolescentes apresentam pelo menos um evento de síncope entre 8 e 18 anos de idade. Antes de 6 anos de idade,a síncope é incomum, exceto no contexto de distúrbios convulsivos, perda de fôlego e arritmias cardíacas primárias. O sintoma síncope é responsável por, aproximadamente, um em 2 mil atendimentos de emergência em pediatria. Sua incidência em crianças e adolescentes, em acompanhamento médico, é de 0,125%, sendo mais freqüente em meninas, com pico entre 15 e 19 anos. Em muitos casos, mesmo após extensa avaliação, a causa permanece indeterminada. Apesar de benigna na maioria das vezes, a síncope gera ansiedade e insegurança ao paciente, à família e ao meio em que vivem(1).
OBJETIVO: abranger os principais tipos de síncope, resumindo suas principais causas, diagnóstico diferencial, avaliação do paciente e tratamento.
MÉTODOS: revisão bibliográfica através do MEDLINE e levantamento dos melhores artigos de revistas brasileiras no período de 1994 a 2004.
CONCLUSÃO: A síncope é recorrente em cerca de 35% dos casos,a maior mortalidade está presente na síncope cardiovascular.


Palavras-chave: síncope, crianças e adolescentes, morte súbita

Síndrome do Bebê Sacudido - Um Relato de Caso

Shaken Baby Syndrome - A Case Report

Isadora Froeder Oliveira; Clarisse Pereira Dias Drumond Fortes; Viviane Soldati Mól; Rosemary Rezende; Luciano Rodrigues Costa; Thaísa Machado

Revista de Pediatria SOPERJ - V.19, Nº2, p46-49, Junho 2019

Resumo

INTRODUÇÃO: A síndrome do bebê sacudido (SBS) é uma das causas de lesão não acidental de mais difícil diagnóstico na prática pediátrica.
OBJETIVO: Relatar um caso de síndrome do bebê sacudido, discutir a importância do reconhecimento dessa síndrome e abordar seu diagnóstico e manejo, visando amenizar as consequências para a saúde física e emocional da criança.
DESCRIÇÃO DO CASO: Relatamos caso de lactente de 4 meses de idade, que deu entrado em pronto socorro por quadro convulsivo e fontanela abaulada, evoluindo com quadro comatoso. Apresentava história de fratura em fêmur aos 3 meses, atraso vacinal e pais usuários de drogas ilícitas. Realizou-se investigação com tomografia computadorizada de crânio, com achados compatíveis com a SBS.
COMENTÁRIOS: A síndrome do bebê sacudido é o trauma cerebral não acidental com maior mortalidade na pediatria. Frequentemente subnotificada, constitui um grande desafio diagnóstico. O relato exemplifica bem a síndrome, mas, sobretudo, informa a importância de sua identificação e prevenção.


Palavras-chave: Síndrome do bebê sacudido; Maus tratos; Abuso infantil.

Tentativas de suicídio em crianças e adolescentes: abordagem do pediatra

Suicide attempts in children and adolescents: a pediatric approach

Roberto Santoro Almeida; Orli Carvalho da Silva Filho

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17(supl 1), Nº1, p4-11,  2017

Resumo

INTRODUÇÃO: pouco comuns na infância, as tentativas de suicídio são frequentes na adolescência, fazendo desta uma das principais causas de mortalidade na juventude em todo o mundo. Na maior parte das vezes, jovens em situação de risco para o suicídio e casos de tentativa de suicídio são atendidos por pediatras nos serviços de saúde.
OBJETIVO: fornecer subsídios para qualificar o pediatra no manejo de crianças e adolescentes em situação de risco de suicídio e prestar um primeiro atendimento a casos de tentativa de suicídio.
FONTES DE DADOS:
revisão de artigos e livros relacionados aos temas suicídio e tentativa de suicídio, tomando por base pesquisa nos manuais de psiquiatria e nas plataformas de artigos Medline, PubMed e Google Scholar.
SÍNTESE DOS DADOS: a partir de informações clínicas e epidemiológicas, é possível traçar estratégias de abordagem a crianças e adolescentes em risco.
CONCLUSÕES:
é fundamental que o profissional de saúde que atende crianças e adolescentes esteja preparado para lidar com casos de risco de suicídio ou de tentativas de suicídio, despertando a sensibilidade para o reconhecimento do sofrimento psíquico destes pacientes. Conhecimentos clínicos e epidemiológicos permitem desenvolver estratégias de abordagem para tais casos, reduzindo os agravos à saúde física e mental e o risco de morte envolvido.


Palavras-chave: Suicídio; Tentativa de suicídio; Transtornos do comportamento infantil; Comportamento do adolescente.

Tipo de parto e aleitamento precoce: impacto no estado nutricional da criança com 24 meses

Type of delivery and early breastfeeding: impact on the nutritional status of 24-month-old child

Rayane Quites Senra; Isabel Rey Madeira; Fabiana Migliaccio Mansur; Nádia Cristina Pinheiro Rodrigues; Antônia da Conceiçao Cylindro Machado; Celise Regina Alves da Motta Meneses; Vinicius Anciaes Darriba; Ana Paula Córdova da Costa; Simone Augusta Ribas

Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº4, p10-16, Dezembro 2018

Resumo

INTRODUÇÃO: os primeiros mil dias de vida compõem um período de janela de oportunidades no qual o corpo é modulado para responder a estímulos externos, podendo determinar agravos à saúde ainda na infância, como o desenvolvimento de excesso de peso.
OBJETIVO: analisar o impacto do número de consultas pré-natais, o tipo de parto e o aleitamento precoce no estado nutricional antropométrico de crianças de 24 meses.
MÉTODOS: estudo descritivo, longitudinal e observacional das 58 crianças que permaneceram na coorte até os 2 anos. As crianças foram classificadas quanto ao estado nutricional e alocadas nos grupos com e sem excesso de peso. Foram analisadas, dentro dos grupos, variáveis categóricas que pudessem influenciar o estado nutricional. Foi aplicado modelo de regressão logística utilizando como variável dependente excesso de peso e como variáveis independentes número de consultas médicas, tipo de parto e aleitamento materno antes de 6 horas de vida.
RESULTADOS: das variáveis analisadas, apenas o tipo de parto cesárea e a ausência de aleitamento materno antes de 6 horas de vida se associaram positivamente com o excesso de peso aos 2 anos de idade (p-valor: 0,01 e 0,03 respectivamente).
CONCLUSÕES: o trabalho indica que o tipo de parto e o aleitamento materno precoce interferem na saúde da criança. A importância destas variáveis não se restringe ao estado nutricional e poderá ser melhor explicada por estudos futuros.


Palavras-chave: Parto normal; Microbiota; Cesárea; Aleitamento materno; Estado nutricional; Sobrepeso.

Tratamento dietético da alergia às proteínas do leite de vaca: um estudo da percepção de mães

Dietary treatment of allergy to cow's milk: a study based on mother's perception

Fernanda Lopes Pinto; Maria Fernanda Petroli Frutuoso; Patrícia da Graça Leite Speridião

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº4, p176-182, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A percepção de mães sobre o processo de diagnóstico e tratamento da APLV pode ser uma ferramenta auxiliar para os profissionais da saúde, no entendimento da complexidade e das dificuldades enfrentadas, além de subsidiar ações que possam ser construídas a partir do contexto de vida de cada mãe/criança/família.
OBJETIVO: Conhecer a percepção de mães sobre o tratamento dietético da alergia às proteínas do leite de vaca dos seus filhos atendidos em ambulatório especializado em alergia alimentar.
MÉTODO: Estudo qualitativo realizado entre setembro e dezembro de 2017, com 15 mães que responderam a três perguntas sobre sua percepção no momento do diagnóstico da alergia às proteínas do leite de vaca e as dificuldades enfrentadas no tratamento dietético. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas pelo método de análise de conteúdo.
RESULTADOS: A idade das mães variou entre 20 e 45 anos, a maioria é casada, cursou o ensino médio e se encontra desempregada. Os relatos das mães indicaram a construção de um processo adaptativo positivo, mas repleto de medo e angústia, pelo desconhecimento sobre a alergia às proteínas do leite de vaca e seu tratamento dietético.
CONCLUSÃO: A percepção das mães sobre o tratamento dietético de crianças com alergia às proteínas do leite de vaca é permeada por angústia e medo sobre como as informações e orientações são fornecidas no serviço especializado, entre outros fatores.


Palavras-chave: Percepção. Mães. Hipersensibilidade a leite. Crianças.

Traumatismo craniano em pediatria

Craniocerebral trauma in pediatrics

Raquel de Seixas Zeitel; Rosana Andrade Flintz; Carolina Castro Nogueras

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17(supl 1), Nº1, p63-71,  2017

Resumo

INTRODUÇÃO: o traumatismo cranioencefálico na infância é causa frequente de atendimento nas emergências do Brasil e do mundo. Reconhecer precocemente a gravidade do traumatismo cranioencefálico e oferecer o manejo adequado reduz, de forma acentuada, a morbimortalidade.
OBJETIVO: apresentar uma revisão atualizada da classificação do trauma craniano em pediatria, discutindo o manejo em condutas atualizadas, bem como suas complicações. Revisar as indicações da tomografia e a conduta frente aos casos mais graves até a transferência para unidade de terapia intensiva.
FONTE DE DADOS: base de dados Medline e Biblioteca Virtual em Saúde. Artigos científicos e guidelines sobre trauma cranioencefálico, publicados de 1991 a 2017, foram selecionados e analisados.
SÍNTESE DOS DADOS:
no curso deste artigo, abordamos a fisiopatologia do trauma cranioencefálico, assim como a sua classificação em leve, moderada e grave, focando no manejo adequado desses pacientes.
CONCLUSÃO: o traumatismo craniano em pediatria é, majoritariamente, classificado como leve, mas os casos graves ainda apresentam mortalidade alta com grande ocorrência de sequelas. O tratamento adequado do trauma craniano e de suas complicações é indispensável na redução da morbimortalidade.


Palavras-chave: Traumatismos craniocerebrais; Criança; Edema encefálico.

Tuberculose osteoarticular em criança: relato de caso

Osteoarticular tuberculosis in children - a case report

Carlos Podalirio Borges de Almeida; Denise Rossato Silva

Revista de Pediatria SOPERJ - V.14, Nº1, p26-28, Outubro 2013

Resumo

O objetivo deste estudo foi descrever um caso de tuberculose osteoarticular em criança. Menino com oito anos, há um ano teve queda de uma árvore, há sete meses iniciou com queixas de dor nas costas e dificuldade para deambular. Teste tuberculínico reator fraco, anti-HIV não reagente, pesquisa para BAAR positiva do abcesso paravertebral de T12, anti-HCV não reagente. Os exames de imagem indicam fratura da vértebra com colapso do corpo vertebral de T12, espessamento de partes moles paravertebrais bilateralmente, compatível com espondilodiscite com abscesso paravertebral anterior associado. Iniciou tratamento para tuberculose osteoarticular com rifampicina, isoniazida e pirazinamida. O paciente fez hepatite medicamentosa e reiniciou as medicações uma a uma. Atualmente está sem queixas de dor. Pelo seu prognóstico e capacidade de ser confundida com outras patologias a tuberculose osteoarticular impõe-se como um importante diagnóstico diferencial de outras doenças.


Palavras-chave: Tuberculose osteoarticular, Infecçao, Criança.

Tumor carcinoide de pulmão - revisão

Pulmonary carcirroid tumor - revision

Alessandra Nunes da Fonseca; Roberta Costa Palmeira Neves; Luciane Alves; Clemax Couto Sant'Anna; Maria de Fátima Pombo March; Sidnei Ferreira

Revista de Pediatria SOPERJ - V.6, Nº1, p16-18, Junho 2005

Resumo

OBJETIVO: revisão bibliográfica sobre os tumores carcinóides pulmonares e enfatizando quando suspeitar desta neoplasia na faixa etária pediátrica.
FONTE DE DADOS: Análise da literatura através do Medline.
CONCLUSÕES: Apesar de raros, os tumores carcinóides pulmonares devem ser lembrados na infância e adolescência principalmente nos quadros de pneumonias recorrentes de mesma localização com manutenção de imagem radiológica residual e após descartadas outras doenças mais comuns.


Palavras-chave: carcinóide brônquico; neoplasia pulmonar, criança, adolescentes

Urticária crônica na infância: como tratar?

Chronic urticaria in childhood: how to treat?

Priscilla Filippo Alvim de Minas Santos; Gabriela Andrade Coelho Dias; Eduardo Costa F. Silva

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº1, p31-35, Março 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A urticária crônica pode acometer todas as idades com prevalência baixa na infância. O tratamento correto é importante para evitar efeitos adversos desnecessários.
OBJETIVO: Relatar caso de criança com urticária crônica espontânea (UCE) com efeitos adversos por tratamento inadequado.
DESCRIÇÃO DO CASO: Menino, 8 anos, apresentou UCE com duração superior a 6 semanas. Procurou atendimento médico em emergência várias vezes, sendo prescritos anti-histamínicos (anti H1) de primeira geração associado a corticosteróide oral que foram mantidos por 4 meses, evoluindo com efeitos colaterais pela corticoterapia. Foi avaliado por alergista e os exames complementares demonstraram supressão adrenal. Iniciou tratamento com anti-H1 de segunda geração em dose quatro vezes acima da dose licenciada, reduzindo gradualmente o corticoesteróide e após 2 anos, de acompanhamento apresenta controle dos sintomas em uso de desloratadina em dose padronizada.
COMENTÁRIOS: O uso de anti-H1 de segunda geração é a primeira escolha no tratamento da urticária crônica. No caso de insucesso, a dose pode até ser quadruplicada. Se não ocorrer controle, a terceira etapa é a adição de omalizumabe para crianças acima de 12 anos. A quarta etapa é a inclusão de ciclosporina. O uso de corticosteróides está restrito a cursos curtos nas exacerbações.


Palavras-chave: Angioedema; Criança; Urticária Crônica.

Urticária: diagnóstico e tratamento

Urticaria: diagnosis and treatment

Solange Oliveira Rodrigues Valle

Revista de Pediatria SOPERJ - V.10, Nº2, p4-10, Dezembro 2009

Resumo

INTRODUÇÃO: A urticária é uma condição comum,porém complexa e de alta freqüência na população mundial,comprofundo impactonaqualidadedevidados pacientesacometidose seus familiares.O conhecimento mais abrangente dos mecanismos envolvidos na patogênese da urticária permite uma melhor compreensão dos seus diferentes subtipos e uso de medidas terapêuticas corretas. Porém, em alguns casos o seu manejo permanece sendo um desafio.
OBJETIVO: Revisar os conceitos atuais de urticária, definir os critérios para classificação e diagnóstico e estabelecer conduta terapêutica de acordo com os diferentes subtipos.
MÉTODO: Revisão não sistemática da literatura médica nacional e internacional disponível no MEDLINE por meio de busca no PubMed, referentes aos anos de 1999 a 2008. Idiomas: português e inglês.
CONCLUSÕES: A urticária aguda é uma enfermidade comum na infância sendo a anamnese e o exame físico detalhados essenciais para o seu diagnóstico etiológico. O curso da doença na maioria dos casos é rápido. Já a forma crônica é rara e embora muitas vezes o seu diagnóstico etiológico seja difícil à resolução ocorre em 25% dos casos após três anos de duração da doença. Os vários tipos de anti-histamínicos continuam sendo a droga de primeira linha para o tratamento sintomático da urticária.


Palavras-chave: Urticária, Angioedema, Criança, Literatura de revisao

Velocidade de hemossedimentação (VHS) como marcador laboratorial de resposta terapêutica na osteomielite aguda

Erythrocyte sedimentation rate (ESR) as a laboratorial marker for therapeutic response in acute osteomyelitis

Lucas Saraiva da Silva; Marcelo Velmovitsky; Ingrid David Giuliani Maraboti; Danielle Plubins Bulkool; Rafael Del Castillo Vilalba; Claudete Aparecida Araújo Cardoso; Salim Kanaan

Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº3, p28-33, Outubro 2017

Resumo

INTRODUÇÃO: a osteomielite é um processo inflamatório-infeccioso ósseo potencialmente grave que pode ocasionar sequelas. Staphylococcus aureus é o principal agente etiológico e as manifestações clínicas mais comuns incluem: irritabilidade, febre, sinais flogísticos e pseudoparalisia. O diagnóstico depende da suspeita clínica, e os exames complementares, como velocidade de hemossedimentação (VHS), podem auxiliar no diagnóstico.
OBJETIVO: apresentar um caso de osteomielite aguda em lactente e discutir a importância do VHS como ferramenta laboratorial para o diagnóstico dessa condição e para o acompanhamento da resposta ao tratamento instituído.
DESCRIÇÃO DO CASO: lactente de 8 meses, previamente hígida, apresentou impotência funcional em ombro direito, edema articular e febre após episódio de flebite durante uma internação por bronquiolite aguda. Na hemocultura houve crescimento de Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA). Exames de imagem revelaram acometimento ósseo e articular, e exames laboratoriais corroboraram o diagnóstico de osteomielite aguda. Realizou tratamento com vancomicina venosa por seis semanas e clindamicina oral por mais duas semanas, apresentando evolução clínica e laboratorial favoráveis.
DISCUSSÃO: a VHS é um exame laboratorial inespecífico, porém utilizado como auxiliar no diagnóstico de várias afecções. É útil na documentação de processo inflamatório, na avaliação do grau de extensão e, em alguns casos, como acompanhamento da resposta ao tratamento. Além disso, VHS é o exame laboratorial mais sensível no diagnóstico de infecções osteoarticulares, pois geralmente encontra-se aumentado desde a fase inicial da doença, contribuindo, junto com os aspectos clínicos e radiológicos, para seu diagnóstico e controle do tratamento.


Palavras-chave: Osteomielite. Diagnóstico. Lactente. Cuidado da criança.